Manobra do PT para possível vaga de Moro ao Senado e campanha de Ricardo Barros

Mesmo tendo que desatar um nó aparentemente difícil, o senador Sergio Moro (UB), não desiste. Na semana passada atacou Paulo Martins (PL), afirmando que o Senado não terá representante biônico em recado às articulações do candidato derrotado e que ficou em segundo lugar nas últimas eleições ao Senado.

Se Moro for, efetivamente, cassado, deverá haver eleições suplementares, ou seja, Martins, que ficou em segundo lugar, não assumirá. Terá que  ir para as urnas. E, nas urnas, existem pelo menos três candidatos fortes: Deputado federal Ricardo Barros (PP), Zeca Dirceu e Gleisi Hofmann (PT), além de Alvaro Dias (Podemos).

Embora tenha perdido forças politicamente no Paraná, Jair Bolsonaro deixou legado para o governador Ratinho Junior (PSD), que, provavelmente, é quem decidirá sobre esta cobiçada possível vaga.  

É ai que entra o deputado federal e secretário da Indústria e Comércio, Ricardo Barros, bem pontuado na última pesquisa realizada pelo Instituto Paraná Pesquisa. Barros está em campanha aberta e. na sexta-feira, esteve pedindo apoio no encontro das Cooperativas, em Maringá e no Encontro de Lideres do Agronegócio, em Curitiba.

Pelo lado do governo federal, que também quer a vaga, há uma manobra para indicação da deputada Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, ao Ministério da Justiça, o que abriria flanco para o deputado Zeca Dirceu (PT) disputar a eleição suplementar na provável cassação de Sérgio Moro (União Brasil) pela Justiça Eleitoral.

No PT do Paraná, Gleisi é apontada como favorita para ser indicada como candidata ao Senado e Zeca Dirceu corre por fora e tem a opção da disputa à prefeitura de Curitiba em 2024. O petista tem se mostrado disposto e considera importante a aliança com demais partidos da centro-esquerda e vem conversando com lideranças políticas, sindicais e empresariais no Paraná.

Já o Tribunal Eleitoral do Paraná começou na última semana as oitivas das testemunhas nas ações do PT e PL que acusam Moro de abuso do poder econômico na pré-campanha a presidente pelo Podemos e na campanha ao Senado pelo União Brasil. 

Moro chegou a dispensar o ex-deputado Deltan Dallagnol (Novo) como testemunha de defesa, mas o TRE-PR manteve o depoimento de Dallagnol, que teve o mandato cassado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em junho deste ano.