Encontro de produtores rurais mostra um exército de mulheres despertado à política e defesa do agro

Ao entonar o grito “o Paraná precisa de nós”, mais de três mil mulheres fizeram a diferença no “Encontro de Líderes Rurais”, nesta sexta-feira (01), em Curitiba. Das quatro mil pessoas reunidas no evento da Faep-Senar Paraná, a maioria era formada por mulheres que ganharam, também, o apoio da senadora e ex-ministra da Agricultura, Tereza Cristina, que engrossou o pelotão afirmando, em seu discurso: “precisamos trabalhar juntas para fazermos a diferença no Paraná e no Brasil”.

A força da mulher no agronegócio é uma proposta que vem trabalhada pelo presidente do Sistema Faep-Senar, ágide Meneguette. “Nos últimos anos, a mobilização de mulheres do agro paranaense tem sido um exemplo para o país”, disse o líder da agropecuária, lembrando que a Comissão Estadual de Mulheres da Faep foi reconhecida pela revista Forbes na lita “50 grupos de mulheres do agro no Brasil”.

O encontro de Líderes do Agronegócio foi marcado também por discursos ácidos. O presidente da Frente Parlamentar do Agronegócio na Câmara dos Deputados, Pedro Lupion, foi mais enfático quando afirmou que “é preciso frear a contenção de danos por parte do governo federal que a cada dia surpreende com medidas nocivas ao agronegócio”. Criticou o ativismo judicial e o movimento de bandidos, terroristas e assassinos protagonizado pelo governo”, numa referência ao MST.

Meneguette também mandou um duro recado para os governos federal e estadual. “Boa parte dos nossos representantes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, que insiste em criar obstáculos, mesmo o agro ajudando o Brasil. Afinal, a todo momento, uma péssima novidade”, disse. Segundo ele, uma hora é “o STF distorcendo a Constituição ao negar o Marco Temporal da Demarcação das áreas indígenas ou então ao criar um “frankstein” ressuscitando a contribuição sindical, com o pseudônimo de “contribuição assistencial” para alimentar os cofres do sistema das confederações trabalhistas, que por sua vez alimentam políticas ultrapassadas”, pontuou.

Uma outra hora, disse Meneguette, é o “governo federal sabotando o seguro rural, ferramenta de gestão essencial para que os produtores rurais se arrisquem a plantar em meio a incerteza climáticas.

O presidente do Sistema Faep-Senar também criticou o governo estadual que também tem mostrado desserviços. Observa que o governo federal, ao lado do governo estadual, abandonou as rodovias, que já deveriam estar sob administração de novas concessionárias desde novembro de 2021. Há mais de dois ano o “produtor rural vem sofrendo para escoar a safra, pois as rodovias ficaram interditadas por causa de desmoronamentos. Estamos vivendo um caos”, afirmou.

O encontro de produtores do campo acabou, também, tendo um viés político. O vice-governador, Darci Piana, destacou a presença feminina no evento, mostrando que o agronegócio paranaense está indo no caminho certo ao aumentar a força de trabalho entre homens e mulheres.

Depois de destacar a importância dos aliados no Congresso Nacional, Meneguette firmou que “eles são verdadeiros defensores dos interesses do produtor rural”. Para o deputado federal e secretário da Indústria e Comércio, Ricardo Barros, “o evento do agro mostra que é preciso maior participação do setor na política para discutir plano safra, meio ambiente, defensivos, marco temporal entre outros. Tudo gira em torno da política”, observou.

Como alertou Meneguette, “nossa defesa deve ser permanente, estruturada e a partir de uma rede forte e unida, para que possamos alimentar com informações, demandas e dados os nossos parlamentares, atentos aos desafios que se interpõem ao nosso ofício de produzir alimento para abastecer o Brasil e o mundo”.