Dallagnol critica sua cassação, a justiça, poupa Bolsonaro e vai recorrer

 

Durante entrevista ao programa Roda Viva, nesta segunda-feira, 29, o ex-deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR), disse que apresentará recursos contra sua cassação e não poupou críticas ao Poder Judiciário. 

O ex-deputado paranaense afirmou que a decisão do TSE de cassar o seu mandato foi por interesses pessoais e políticos de ministros. “Quem fez a avaliação de que a decisão foi combinada não fui eu, foi o ministro Marco Aurélio”, observou.

Dallagnol pontuou que o placar da votação foi fruto de uma “unanimidade artificial”.

O ex-deputado foi questionado por jornalistas sobre o processo de cassação, o apoio a Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno de 2022 e os conflitos éticos em torno da atuação à frente da Operação Lava Jato.

O ex-procurador afirmou que os ministros teriam interesses em uma eventual indicação ao Supremo e que a decisão no seu caso foi enviesada. Dallagnol tem sustentado esse argumento em manifestações públicas nas quais tem comparecido, o que lhe rendeu um desagravo da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe).

Confrontado sobre as mensagens trocadas no grupo de procuradores ao qual pertencia, quando chamou Lula de “nine” (como referência ao fato de ele ter perdido um dedo em um acidente de trabalho), Dallagnol reafirmou a isenção da equipe. “Absoluta isenção”, disse o ex-procurador que evitou tecer críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

“Não tenho idolatria com pessoas, tenho com causas. O governo Bolsonaro teve seus erros, teve. Mas eu vejo uma série de políticas muito positivas”, disse ele, elogiando a gestão do ex-presidente na reforma da Previdência e no “manejamento da pobreza durante a pandemia”. Ele se esquivou de comentar o caso das joias, sobre o qual foi diretamente perguntado. “Não conheço esses casos em detalhes.”