Colunas
Bolsonaro nega golpe, mas coloca urnas eletrônicas em xeque

Bolsonaro nega golpe, mas coloca urnas eletrônicas em xeque

Bonner força Bolsonaro a ter compromisso e respeito com resultado das urnas, Sobre “centrão” disse que o apresentador o estimulava a ser ditador

Pedro Ribeiro - segunda-feira, 22 de agosto de 2022 - 21:40

 

 

Bonner força Bolsonaro a ter compromisso e respeito com resultado das urnas, Sobre “centrão” disse que o apresentador o estimulava a ser ditador

 

Com uma cola na mão esquerda e visivelmente nervoso, o presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição, não se intimidou diante das perguntas – já conhecidas – dos entrevistadores, Willian Bonner e Renata Vasconcelos, na primeira entrevista do Jornal Nacional com os candidatos ao Palácio do Planalto. 

Sobre suposta intenção de um golpe caso não se reeleja presidente, Bolsonaro manteve sua posição de eleições transparentes e auditáveis. Não admitiu que xingou o ministro Roberto Barroso de Canalha e foi induzido por Bonner a se comprometer com o resultado das urnas.

Bolsonaro descartou também denúncias de golpe, com fechamento do Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal (STF). Para ele, isso é o calor da democracia nas manifestações de rua, principalmente de seus apoiadores. “Nas nossas manifestações não viramos nenhuma ata de lixo”, disse.

Renata Vasconcelos tentou responsabilizar Bolsonaro pela morte de quase 700 mil pessoas pela Covid, insinuando atrasos na compra de vacinas, o que foi negado por Bolsonaro que afirmou ter comprado 500 milhões de doses de vacinas.

Bolsonaro também não admitiu a expressão “jacaré”- vacinas podem virar jacarés – sustentando que o laboratório fabricante não se responsabilizava pelo sucesso da vacina. 

Novamente criticou o fechamento – lockdown – afirmando que isso causou um enorme prejuízo à economia brasileira. “Afirmei que era preciso atender os idosos e pessoas com comorbidade e que os demais teriam que trabalhar”, disse. Disse ainda que a pessoas ficando em casa acabaram aumentando o número de doentes.

O presidente voltou a responsabilizar governadores e prefeitos, garantindo que enviou bilhões de dinheiro para que aplicassem na saúde e construção de hospitais e, por fim, lamentou as mortes pela Covid.

Sobre os números da economia, Bolsonaro teve problemas em responder, mas estava preparado para desviar o assunto. Afirmou, por exemplo, que “os números da economia são fantásticos”e que a inflação no Brasil é menor que em outros países.

No final, depois de responder sobre a Amazônia, Bolsonaro e Bonner tiveram um momento de estresse quando o entrevistador perguntou sobre sua participação no “centrão”, o qual ele havia repugnado em 2028 quando venceu as eleições e hoje é a base de seu governo.

“Você está me estimulando a ser um ditador”, disse Bolsonaro a Bonner, afirmando que ele precisa do Congresso Nacional para poder governar e avançar nas reformas.

Por fim, Bolsonaro foi pego de surpresa depois de afirmar que no seu governo não há corrupção e Renata Vasconcelos lembrou que na Educação foram trocados cinco ministros durante seu governo e que o último, Milton Ribeiro, foi preso por suspeita de corrupção. 

 

 

 

Compartilhe