Projeto dá oportunidade para apenados se tornarem empreendedores

O projeto Alternativas, realizado pela GERAR no Ceasa (Centrais de Abastecimento do Paraná), preparou 45 egressos do sistema prisional para se tornarem empreendedores. Os alunos estão em processo de ressocialização no Banco de Alimentos, órgão que visa reduzir o desperdício e beneficia entidades sociais.

Os apenados desenvolvem o trabalho de triagem dos alimentos, recebem salário, acompanhamento e agora ganharam um reforço na formação, através do Alternativas. Além de empreendedorismo, os alunos tiveram aulas sobre higienização, manipulação de alimentos e cidadania. Nessa quinta-feira, dia 27, eles se formaram, em cerimônia realizada no auditório do Ceasa.

Os formandos são pessoas em processo final do cumprimento de pena e que querem voltar para a sociedade de maneira digna, mas, na maioria das vezes, encontram portas fechadas. E o empreendedorismo passa a ser uma alternativa. “O empreendedorismo tem o poder de salvar vidas. Muitas vezes, essas pessoas têm dificuldade de ingressar no mercado de trabalho. O projeto passa a ser uma esperança para poderem reverter o jogo”, afirma o educador da GERAR, Wagner Ferreira Marques dos Anjos.

O presidente do Conselho Diretor da GERAR, Francisco Essert, destacou a atuação da entidade e agradeceu a parceria com o Ceasa e o patrocínio da Fundação Cargill. Segundo ele, atualmente são 12 mil pessoas atendidas pela GERAR na aprendizagem profissional, estágios e projetos sociais. Essert afirmou que a missão da entidade é transformar vidas. Ao fim, ele deu um recado aos participantes: “Aproveitem a oportunidade para a vida de vocês. Que esse projeto possa representar o início de um novo caminho”.

O Alternativas foi realizado em parceria com o Ceasa e contou com recursos da Fundação Cargill. Além da formação, o projeto prevê a instalação de equipamentos para melhorar a estrutura do Banco de Alimentos.

RESSOCIALIZAÇÃO

Há dois anos, o Banco de Alimentos realiza projeto de ressocialização junto a apenados monitorados, atuando nos eixos de inclusão social, econômico e, agora, profissionalização através da parceria com a GERAR. “A parte de profissionalização veio ao encontro do projeto Alternativas. É uma possibilidade de aprimoramento profissional e de transformação para a vida deles”, afirma a gerente do Banco de Alimentos, Jaqueline dos Reis Macedo

PARTICIPANTES

O mestre capoeirista Silveira, um dos participantes, afirma que aprendeu noções de empreendedorismo, como público-alvo, pesquisa de mercado e planejamento. “Foi muito legal e muitos aprendizados. Vimos que ser empreendedor vai muito além de ter uma boa ideia”.

Franchesko Belinelli, 34, começou no projeto de ressocialização do Banco de Alimentos e hoje é efetivado. Segundo ele, o Alternativas apresentou oportunidades aos participantes. “Agregou conhecimento. O caminho do empreendedorismo é uma porta gigante. Sofremos preconceito e, muitas vezes, encontramos portas fechadas. Tornar-se empreendedor, como o nome do projeto diz, é uma alternativa”.