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Projeto com alunos de psicologia leva Justiça Restaurativa à penitenciária

Projeto com alunos de psicologia leva Justiça Restaurativa à penitenciária

Um dos grupos trabalhou a autoestima de mulheres detentas acima de 50 anos. Outro se engajou na temática da violência doméstica.

Redação - quarta-feira, 31 de maio de 2023 - 19:15

A Justiça Restaurativa fez parte da programação de estudantes do curso de psicologia da Uniamérica, em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná. Alunos da instituição desenvolveram projetos sobre o tema na Penitenciária Feminina – Unidade de Progressão (PFF-UP) entre os meses de abril e maio deste ano. A intenção é desenvolver o restabelecimento de vínculos das pessoas privadas de liberdade.

Um dos grupos trabalhou a autoestima de mulheres detentas acima de 50 anos. Outro se engajou na temática da violência doméstica. “Estamos falando de um universo que engloba as pessoas privadas de liberdade: mais da metade das mulheres detentas sofreu algum tipo de violência doméstica antes de entrar no sistema”, destaca a policial penal e psicóloga Karine Belmont Chaves. Ela foi a mentora da iniciativa. “Levar essa discussão para dentro faz com que os alunos entendam contextos e elas voltem para a sociedade com um olhar mais amplo”, complementa.

BENEFÍCIO MÚTUO

Além do benefício para as detentas, a diretora da PFF, Caroline Boldan, destaca a relevância da vivência social para os alunos, o que contribui com a formação acadêmica.. “O comprometimento com os grupos de trabalho foi total, tanto entre servidores, alunos e as pessoas privadas de liberdade. Todas as mulheres entenderam a importância desse elo entre a universidade e as políticas públicas do tratamento penal”, comenta.

Segundo o Deppen, a Penitenciária Feminina de Foz do Iguaçu desenvolve uma série de projetos e atividades com a intenção de ampliar o tratamento penal e acelerar a progressão de regime das pessoas privadas de liberdade, com foco em atividades educacionais e profissionais. É uma das Unidades de Progressão do Paraná, dentro do projeto, que é referência nacional.

O diretor-adjunto da Polícia Penal do Paraná, Mauricio Ferracini, ressalta que o trabalho com Justiça Restaurativa produz um efeito muito positivo no sistema penitenciário. “As técnicas são muito eficientes tanto para o servidor das unidades quanto para o público carcerário. Elas aproximam contextos, discutem a consciência do delito e aumentam a reflexão e o olhar de todos para as questões que envolvem as circunstâncias de um crime. Trabalhos como esses são de extrema importância para o sistema prisional do Paraná”, reitera.
 

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