Professor é denunciado por tortura após obrigar criança a comer próprio vômito
A diretora do CMEI e o secretário municipal também foram acusados de omissão.
O Ministério Público do Paraná denunciou um professor da educação infantil de Roncador, na região centro-oeste do Paraná, pelos crimes de tortura, exposição de criança a constrangimento e coação.
Segundo o órgão, o homem fez um aluno de quatro anos ingerir o próprio vômito. O fato aconteceu em setembro de 2022, mas vieram a público em março deste ano.
Conforme a denúncia, o professor agiu “com consciência e vontade, submeteu a criança […] sob sua autoridade, com emprego de violência e grave ameaça, a intenso sofrimento físico e mental como forma de aplicar castigo pessoal”.
Além disso, aponta que a criança se recusou por diversas vezes a se alimentar.
“(…) na frente dos demais alunos, posicionou-se em frente à criança e levou o talher com alimento até a boca da infante, contra a sua vontade, fazendo-a engolir a refeição, o que provocou vômito na criança e, em seguida, deu o alimento com o vômito para a criança ingerir, gerando nova regurgitação”, diz trecho da denúncia.
O professor ainda chegou a ameaçar testemunhas durante as investigações, o que caracteriza o crime de coação no curso do processo.
SECRETÁRIO MUNICIPAL E DIRETORA TAMBÉM SÃO DENUNCIADOS
A professora auxiliar da turma da aluna também foi denunciada pelo crime de tortura, por ter se omitido. Ela presenciou o fato e não interviu em defesa do aluno.
Outras duas pessoas são acusadas – a diretora do Centro Municipal de Educação Infantil em questão e o secretário da Educação do Município. Os dois podem responder pelo crime de omissão de comunicação sobre caso de violência, pois ambos foram informados do ocorrido na época e não comunicaram as autoridades.