Geral
Policiais militares são denunciados por fraude e abuso de autoridade, em Londrina
Divulgação/PMPR

Policiais militares são denunciados por fraude e abuso de autoridade, em Londrina

A notificação foi feita pela Operação Mar Vermelho

Mirian Villa - segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024 - 11:48

Quatro policiais militares de Londrina, no norte do Paraná, foram denunciados pelos crimes de abuso de autoridade, fraude processual, falsidade ideológica e denunciação caluniosa. A notificação, pela Operação Mar Vermelho, foi feita pelo MPPR (Ministério Público do Paraná) na sexta-feira (16).

A ação está relacionada a crimes ligados diretamente a um homicídio qualificado. Conforme o órgão, uma organização criminosa praticava crimes, como latrocínio, furto, roubo, extorsão e homicídio, com a participação dos policiais (três praças e um oficial).

No homicídio que culminou na denúncia, os agentes teriam aparecido minutos antes do crime e ordenado que o responsável por um estabelecimento desligasse as câmeras de segurança. Tal fato motivou a denúncia por abuso de autoridade. Além disso, após o assassinato, os policiais simularam a ocorrência de um confronto, colocando um revólver na cena do crime para justificar uma suposta reação policial (legítima defesa).

A denúncia também contempla a prática de falsidade ideológica, pois, após o homicídio, os policiais inseriram elementos inverídicos no Boletim de Ocorrência, argumentando que a vítima estava armada e estaria no local para negociar a compra de grande quantidade de drogas.

Além disso, descreveram que houve resistência à abordagem e que a vítima disparou contra a equipe policial, quando, na verdade, as investigações demostraram que os policiais militares armaram uma emboscada e executaram a vítima, que estava desarmada.

Por fim, a ação policial ainda levou à instauração de inquérito policial por tráfico ilícito de entorpecentes e associação para o tráfico contra uma pessoa que os policiais sabiam ser inocente. Os denunciados, tentando dar aparência de licitude à simulada legítima defesa, informaram que, após troca de tiros, um comparsa da vítima teria fugido na direção de Londrina.

A partir do falso relato, foi instaurado um inquérito policial para apurar a possível prática dos delitos de tráfico de drogas e associação para o tráfico, falsamente atribuídos à vítima pelos policiais.

Na denúncia, além da condenação pelos crimes citados, o Ministério Público solicitou o arbitramento cumulativo de dano material mínimo e danos morais em favor do Estado do Paraná, bem como a perda dos postos, patentes e funções públicas dos militares, além da declaração de sua indignidade, nos termos do Código Penal Militar.

Compartilhe