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Polícia vai indiciar três pessoas por desabamento de supermercado no Litoral
Divulgação/Corpo de Bombeiros

Polícia vai indiciar três pessoas por desabamento de supermercado no Litoral

Investigações apontam que os profissionais foram negligentes

Mirian Villa - quinta-feira, 25 de abril de 2024 - 08:44

Os proprietários do supermercado e da construtora, além de um fiscal de obra, serão indiciados por três homicídios e 12 lesões corporais no caso do desabamento de uma laje, em Pontal do Paraná. No início da semana, o incidente completou um mês.

O inquérito policial ainda não foi concluído, mas as investigações apontam que os profissionais que atuaram na construção foram negligentes. O delegado Jader Roberto Ferreira Filho detalha que um dia antes do supermercado desabar, os responsáveis foram avisados sobre um vazamento de água.

“Ao não se ater ao depoimento da testemunha que avisou que no dia 21 de março, um dia antes da tragédia, o dia que as caixas de água foram enchidas, que elas estavam vazando. A água vazou por todo o dia e nada foi feito, havia pendência no Corpo de Bombeiros, assim como não tinha alvará definitivo expedido pela prefeitura para funcionamento.”

Na época, o Corpo de Bombeiros disse que a laje do local tinha 50 metros quadrados e era dividida em três pavimentos. Um deles tinha três caixas de água com 10 mil litros cada, e em outro estavam três com capacidade de 15 mil litros cada.

O delegado explica que houve falta de qualificação técnica na montagem da estrutura pré-moldada. “A polícia pode afirmar de forma veemente que os três indivíduos serão indiciados por três homicídios culposos e várias lesões corporais. Houve imperícia na montagem dos pré-moldados, tal responsabilidade será devidamente demonstrada e comprovada por meio de laudo pericial que vai ser concluído pela Polícia Científica.”

Nesta semana, o CREA-PR (Conselho Regional de Engenharia do Paraná) encaminhou para a polícia uma cópia dos processos de fiscalização, reforçando a falta da Anotação de Responsabilidade Técnica. A irregularidade tinha sido observada em novembro do ano passado, quatro meses antes do desabamento do supermercado.

Na época, o responsável pela obra foi avisado. A Prefeitura de Pontal do Paraná liberou o funcionamento do local com um alvará provisório e afirmou que o trâmite estava sendo feito para a emissão da permissão permanente. O local permanece interditado.

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