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Pessoas em situação de rua voltam a estudar, em Curitiba
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Pessoas em situação de rua voltam a estudar, em Curitiba

O grupo, com idades entre 22 e 50 anos, faz parte do projeto Trilhas

Mirian Villa - sábado, 10 de fevereiro de 2024 - 15:00

Nesta semana, 14 pessoas em situação de rua voltaram a estudar, em Curitiba. Depois de anos fora da sala de aula, os acolhidos pela Fundação de Ação Social (FAS) iniciaram nesta semana a Educação de Jovens e Adultos (EJA) do Colégio Estadual Poty Lazzarotto.

O grupo, com idades entre 22 e 50 anos, faz parte do projeto Trilhas, que impulsiona a autonomia e auxilia os acolhidos a saírem da situação de rua. Para a diretora de Atenção à População em Situação de Rua, Grace Kelly, a escuta ativa é o ponto de partida para a mudança.

“Por diversas razões as pessoas que hoje estão em situação de rua foram desligadas de algum sonho ou desanimaram no decorrer do processo, e é mediante essa disputa qualificada que vamos entender o que aconteceu e qual é a vontade dessa pessoa.”

Durante as conversas, os 14 homens expressaram a vontade de voltar a estudar e de retornar ao mercado de trabalho. Todos receberam mochilas, cadernos e canetas, e precisaram fazer provas de equivalência para se matricular na EJA.

“Uma das questões pontuadas por esses acolhidos, durante essa escuta ativa e qualificada, foi o desejo de retornar a sala de aula. E essa articulação feita, pela educadora responsável pelo projeto, foi justamente essa, de articular junto com a Educação essa retomada desse sonho e vontade pessoal dos acolhidos”, explica.

Além da educação, o projeto Trilhas também atua em outras áreas, como saúde, turismo e emprego. Atualmente, as unidades de acolhimento de Curitiba somam mais de mil vagas que contam com dormitórios, banheiros, sala de TV e refeitório. Grace detalha como funciona o processo de acolhimento no município.

“Existe uma equipe técnica especializada, que vai fazer a escuta dessa pessoa, entender qual é a razão para a qual ela está procurando esse serviço e quais são os encaminhamentos necessários”, detalha.

Para acessar o serviço, a pessoa em situação de rua pode procurar espontaneamente as casas de passagem ou ser encaminhada pelas equipes técnicas da assistência social.

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