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Operação mira empresários suspeitos de sonegar R$ 1 bi

Operação mira empresários suspeitos de sonegar R$ 1 bi

Atacadistas e corretores de café de Londrina e região simulavam a venda do grão cru no estado, sem o recolhimento de impostos.

Rafael Nascimento - sexta-feira, 4 de novembro de 2022 - 08:08

Empresários do ramo de café suspeito de sonegar R$ 1 bilhão em impostos são alvo de uma operação policial na manhã desta sexta-feira (4), no Paraná e no Espírito Santo. 

Os trabalhos são conduzidos pela Polícia Civil do Paraná (PCPR), em conjunto com a Receita Federal, a Receita Estadual, a Polícia Científica, o Ministério Público do Paraná (MPPR)  e a Polícia Civil do Espírito Santo (PCES).

Ao todo, 15 ordens judiciais de busca e apreensão foram cumpridas contra os suspeitos de praticar fraude fiscal. No Paraná, os mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Londrina, Porto Rico e Sertanópolis, além das cidades de Colatina e Guaçuí, no Espírito Santo.

Ação de hoje, que é a terceira fase da Operação “Expresso”, conta com 28 policiais e 24 auditores nas ruas. Nas duas primeiras etapas, a equipe policial detectou a emissão de mais R$ 1 bilhão em notas fiscais falsas na compra e venda de café em grão cru

Aos cofres do Paraná, foram mais de R$ 100 milhões em notas fiscais falsas emitidas, gerando o mesmo montante em prejuízo financeiro.

O objeto da investigação é desmantelar um esquema criminoso de sonegação de impostos e creditação indevida de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) na compra e venda de café em grão cru, decorrente de comercializações interestaduais.

Como funcionava o esquema

De acordo com a força-tarefa, atacadistas e corretores de café de Londrina e região possibilitavam a diversas torrefações do Paraná a aquisição do café em grão cru como se estivessem sendo comercializados apenas internamente no Paraná, acarretando no não recolhimento imediato do tributo (ICMS).

Todavia, a mercadoria era oriunda de Minas Gerais e do Espírito Santo, comercializada por cooperativas e produtores rurais desses estados, sendo as notas fiscais destinadas a empresas de fachada, as chamadas “noteiras”, as quais, por sua vez, emitiam notas fiscais inidôneas às atacadistas paranaenses, possibilitando a estas a creditação indevida de ICMS no Paraná.

Nas aquisição irregulares do café em grão cru, os destinatários do Paraná se beneficiavam com o crédito de milhões de reais em ICMS de operações interestaduais fraudulentas que nunca foram pagos.

Entre janeiro de 2018 a agosto de 2022, o grupo empresarial paranaense creditou-se indevidamente de, aproximadamente, R$ 18 milhões em ICMS decorrentes de operações fraudulentas.

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