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Médico que negou atestado para mãe é investigado pelo Conselho de Medicina
Reprodução/Facebook

Médico que negou atestado para mãe é investigado pelo Conselho de Medicina

Caso foi registrado em uma UPA de Cambé, na região norte do Paraná

Mirian Villa - quarta-feira, 22 de maio de 2024 - 10:44

O médico que negou um atestado de acompanhante a uma mãe em Cambé, na região norte do Paraná, vai ter a conduta investigada pelo CRM-PR (Conselho Regional de Medicina do Paraná). Durante consulta em UPA (Unidade Pronto Atendimento), o profissional orientou a mulher a deixar o filho, de cinco anos, sozinho em casa.

Luciana Costa explica que começou a gravar o atendimento quando o médico perguntou qual era o risco de deixar a criança sem supervisão. “Eu achei que fosse até mesmo uma brincadeira, porque falou que eu poderia levar meu filho para o trabalho, que eu não precisava de atestado. Falou ainda para eu deixar um ‘potinho’ de comida para ele e que ele ficaria assistindo televisão….que ele não via risco de uma criança ficar em casa sozinha.”

Diante da situação, a mãe esperou a mudança de plantão e conseguiu horas depois um atestado com outra médica. O médico que trabalha de forma terceirizada na unidade foi afastado pelo Cismepar (Consórcio Intermunicipal de Saúde do Médio Paranapanema).

Além do CRM-PR, uma sindicância também foi aberta pelo Cismepar para apurar a conduta do médico e, enquanto durar o processo, o profissional estará fora da escala, sem trabalhar na UPA.

O caso levantou debates sobre o abandono de incapaz, que penaliza por seis meses até três anos quem “abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono”. Além disso, a legislação diz que uma pessoa só é considerada capaz de praticar por conta própria alguns atos da vida civil aos 16 anos, o que pode configurar a fala do médico contra o que a legislação permite.

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