Defesa Civil do Paraná vai auxiliar municípios afetados pelas chuvas em SP
A comitiva paranaense vai atuar na documentação dos desastres naturais. A etapa é fundamental para a liberação de recursos estaduais e federais
Uma equipe da Defesa Civil do Paraná embarca nesta quinta-feira (23) para o litoral norte de São Paulo para auxiliar os trabalhos emergenciais nas cidades mais afetadas pelas chuvas e deslizamentos de terra. Os profissionais devem ajudar na documentação dos municípios atingidos.
Integram a comitiva paranaense o major Daniel Lorenzetto, o capitão Anderson Gomes das Neves e o cabo Silvio Rodrigo Ribas de Araújo Correia. Eles têm experiência em gestão de desastres naturais e no gerenciamento de riscos e desastres.
O grupo também é capaz de atuar na elaboração da documentação que deve ser apresentada por municípios atingidos por desastres, como formulários de avaliação de danos, mapas das áreas afetadas e relatórios sobre a intensidade do impacto social.
Os integrantes de Defesa Civil do Paraná também acumulam experiência em outros desastres naturais brasileiros e já atuaram em eventos como as inundações no sul da Bahia, em 2021, e nos deslizamentos de terra em Petrópolis (RJ), em 2022.
DOCUMENTAÇÃO DE DESASTRES NATURAIS
A documentação correta dos desastres naturais é uma etapa fundamental para agilizar a liberação de recursos estaduais ou federais para atender as necessidades da população e a eventual reconstrução dos locais afetados.
“Os municípios podem acessar recursos para a assistência humanitária, como a compra de cestas básicas, além de valores para o restabelecimento de vias e bueiros, entre outras obras”, explica o capitão Anderson Gomes das Neves.
A elaboração das declarações de estado de calamidade pública, situação de emergência ou estado de normalidade é uma das fases de trabalho da Defesa Civil em casos de desastres naturais.
“Para isso, existe todo um arcabouço documental que deve ser elaborado pelo município para que esse recurso, que é de transferência obrigatória, venha do governo federal. Assim, a prefeitura poderá fazer as ações de assistência, restabelecimento e reconstrução das áreas afetadas”, completa.
A comitiva da Defesa Civil do Paraná, portanto, vai prestar uma orientação técnica às prefeituras. Segundo o órgão, sem uma documentação bem feita e com dados técnicos, o município não consegue captar verbas de governo para os trabalhos de atendimento e reconstrução.
CHUVAS EM SÃO PAULO
Segundo o Governo de São Paulo, até esta quarta-feira (22), as chuvas no litoral norte causaram 48 óbitos confirmados – sendo 47 no município de São Sebastião e 1 em Ubatuba. Outras 35 pessoas estão hospitalizadas, entre as quais seis são crianças.
Desde sábado (18), após as fortes chuvas, 1.730 pessoas tiveram que abandonar suas casas temporariamente. Outras 1.810 também deixaram suas residências e necessitam de abrigos públicos.
Os municípios mais atingidos pela chuva foram Guarujá, Bertioga, Ubatuba, Caraguatatuba e São Sebastião.
O temporal do final de semana resultou em uma chuva acumulada de 682 mm em Bertioga e 626 mm em São Sebastião. Foi o maior volume de chuva já registrado no Brasil em casos não relacionados a ciclones extratropicais.
