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Casal de harpias brasileiras, criadas no PR, será exposto em zoológico na França

Casal de harpias brasileiras, criadas no PR, será exposto em zoológico na França

Um casal de harpias, que faz parte do programa de reprodução do Refúgio Biológico Bela Vista, da Itaipu Binacional, que ..

Ana Cláudia Freire - segunda-feira, 11 de maio de 2020 - 14:29

Um casal de harpias, que faz parte do programa de reprodução do Refúgio Biológico Bela Vista, da Itaipu Binacional, que fica em Foz do Iguaçu (PR),  deixou o país na manhã desta segunda-feira (11), rumo à Europa.

As aves, que estão em extinção, seguem para exibição no zoológico europeu ZooParc Beauval, o maior zoológico da França, que fica na cidade de  Saint-Aignan.

As harpias devem fazer o percurso de 10 mil km em viagens de avião e por via terrestre.

Para garantir que elas cheguem em bom estado e com toda a segurança à nova moradia, Marcos Oliveira, biólogo da Divisão de Áreas Protegidas da Itaipu, explica que foi preciso construir uma caixa especial para o transporte das harpias.

“Tivemos que construir uma caixa especial pra transportar as harpias, uma caixa especial para aeronaves, com recipientes para água e alimentação. A caixa tem também tem uma viseira para o fiscal aduaneiro fazer a verificação, tudo especial. As dimensões  foram pensadas para os animais. Essas aves são como grandes gaviões e portanto com uma resistência muito grande, conseguem ficar até dois ou três dias sem se alimentar”, explica o biólogo.

Esta é a primeira exportação de harpias oficial do Brasil. O programa, que teve início há mais de 20 anos pela Usina de Itapu, é especializado na reprodução continuada da espécie e recentemente registrou o nascimento do filhote número 50, em cativeiro.

O Refúgio Biológico Bela Vista é reconhecido internacionalmente pelo sucesso na reprodução de harpias. Essa é a segunda geração das aves a se reproduzir em cativeiro e, conforme as normas internacionais, somente a segunda geração pode ser exportada.

“Para a nós é a realização de um  trabalho de vinte e poucos anos. Nós somos a única instituição no mundo com filhotes de segunda geração, portanto somos os únicos no mundo que podemos exportar harpias. Isso completa o nosso cilo de trabalho e permite que outros países possam estudar a espécie”, complementa Oliveira.

As aves devem chegar à França nesta quarta-feira (13). Na manhã desta terça (12) o casal segue em direção ao aeroporto de Guarulhos, aonde irá embarcar no voo internacional. Ao chegar na Franças as harpias ainda irão enfrentar mais duas horas de estrada por terra até o zoológico.

HARPIAS BRASILEIRAS

Também conhecida como gavião-real, a harpia (Harpia harpyja) chega a medir 2,5m de envergadura. Originalmente, a espécie habitava uma ampla região que ia do Sul do México ao norte da Argentina, compreendendo todo o atual território brasileiro. O contínuo desaparecimento das florestas, no entanto, fez reduzir drasticamente a população dessas aves, que precisam de grandes áreas de mata contínua para sobreviver.

Conforme a Itaipu Binacional, hoje só é possível encontrar a harpia no Brasil, em abundância, na região do bioma amazônico, além de poucos registros no que restou da Mata Atlântica. No Paraná, embora sua imagem esteja representada no alto do brasão de armas, sua presença é rara. O mais recente registro foi em 2005, no município de General Carneiro, no sul do Paraná.

A harpia é um dos símbolos do estado do Paraná.

 

 

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