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Brasil se prepara para o coronavírus; Paraná não tem casos suspeitos

Brasil se prepara para o coronavírus; Paraná não tem casos suspeitos

O Ministério da Saúde divulgou na manhã desta quinta-feira (23), recomendações para equipes de saúde de todo o país, par..

Ana Cláudia Freire - quinta-feira, 23 de janeiro de 2020 - 15:40

O Ministério da Saúde divulgou na manhã desta quinta-feira (23), recomendações para equipes de saúde de todo o país, para que estejam em alerta com as possíveis notificações de casos de coronavírus.

Na quarta-feira (22), o MS ativou o Centro de Operações de Emergências (COE) – Coronavírus, para monitorar a entrada de casos suspeitos. O comitê tem como objetivo preparar a rede pública de saúde para o atendimento de possíveis casos no Brasil. Segundo o MS, até o momento não há nenhum caso suspeito no país.

Cinco casos foram notificados como suspeitos, mas foram descartados por não se enquadrarem nos critérios da OMS (Organização Mundial da Saúde) para a definição de suspeita da doença.

Um dos casos aconteceu em Minas Gerais, onde uma paciente de 35 anos apresentou sintomas respiratórios após o retorno de uma viagem à China. Como a paciente não esteve na região de Wuhan – aonde a doença está identificada – a suspeita foi descartada.

O Paraná não tem nenhum registro de caso suspeito. Segundo a SESA (Secretaria Estadual de Saúde), está prevista para a manhã desta sexta-feira (24) uma reunião com as equipes Epidemiológica, Ambiental, Sanitária e o Lacen, a partir das 10h, para discutir quais as ações que serão tomadas pelo governo do Estado.

O Governo Federal tem feito monitoramento diário da situação junto à Organização Mundial da Saúde, desde as primeiras notificações de casos em Wuhan, na China, no dia 31 de dezembro de 2019.

Uma das medidas do governo na orientação dos profissionais de saúde é a elaboração do Boletim Epidemiológico, com informações de todas as áreas de atuação do SUS (Sistema Único de Saúde), além de deixar clara a definição de casos suspeitos, prováveis, confirmados e descartados.

O boletim traz ainda as recomendações de vigilância nos portos, aeroportos e fronteiras de todo o Brasil. Foram reforçadas as orientações para notificação imediata de casos suspeitos do novo Coronavírus nos pontos de entrada do país, além da intensificação da limpeza e desinfecção nos terminais, como prevê a Anvisa.

Segundo o diretor da Unimed Laboratório e médico infectologista, Dr. Jaime Rocha,  há a possibilidade de vírus respiratórios se espalharem rapidamente pelo mundo, por conta da questão da mobilidade urbana, mas há outras questões que precisam ser levadas em consideração, como a adaptação do vírus nos continentes. “A chegada do vírus ao Brasil depende muito da adaptação dele para a transmissão entre humanos, o que até o momento não parece ter ocorrido. O único caso no país foi descartado”, afirma o infectologista.

Para o médico, o fato da doença chegar ao Brasil não significa necessariamente que ela vá se espalhar. ” Chegar um caso e ele se espalhar, são coisas diferentes. Uma pessoa adquirir o vírus e ficar doente, não necessariamente fará com que ela transmita para outras pessoas. Ainda é cedo para se fazer previsões mais assertivas para esse vírus, mas há sim preocupação e devemos manter o alerta”, explica o especialista.

O QUE É O CORONAVÍRUS?

O coronavírus (CoVs) faz parte de uma grande família de vírus que causa doenças,  desde o resfriado comum até casos mais graves como a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS-CoV) e a Síndrome Respiratória Grave Aguda (SARS-CoV).

A maioria dos CoVs são transmitidos para hospedeiros suscetíveis por meio das vias respiratórias ou pela rota fecal-oral. A replicação inicial ocorre nas células epiteliais (células na nossa pele).

SINTOMAS SUSPEITOS

É considerado como caso suspeito do novo coronavírus, paciente com sintomas da doença, como febre, tosse e dificuldade para respirar.

Além disso, o paciente precisa ter viajado para área com transmissão ativa do vírus nos últimos 14 dias antes do início dos sintomas.

Até o momento, só há transmissão ativa do vírus na cidade de Wuhan, na China.

As áreas com transmissão local serão atualizadas e disponibilizadas no site do Ministério da Saúde, no link: saude.gov.br/listacorona.

PREVENÇÃO

Evitar contato próximo com pessoas que sofrem de infecções respiratórias agudas

Realizar lavagem frequente das mãos, especialmente após contato direto com pessoas doentes ou com o meio ambiente

Evitar contato próximo com animais selvagens e animais doentes em fazendas ou criações.

TRATAMENTO

No que diz respeito ao tratamento, não existem antivirais para infecções causadas por CoVs, sendo a terapia apenas de suporte. Ou seja, prevenir é o caminho.

Vale lembrar que não há vacinas disponíveis para prevenir infecções por HCoVs.

Atualmente, a melhor forma de prevenção é minimizar o contato de pessoas infectadas com pessoas saudáveis, utilizando as medidas já conhecidas para prevenção de infecções virais respiratórias e gastroentéricas

CENTRO DE OPERAÇÕES DE EMERGÊNCIA

O COE é composto por técnicos especializados em resposta às emergências de saúde pública. Além do Ministério da Saúde, compõe o grupo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Instituto Evandro Chagas (IEC), além de outros órgãos. Desta forma, o país poderá responder de forma unificada e imediata à entrada do vírus em território brasileiro.

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