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Bolsonarista que matou petista tem prisão domiciliar negada pela Justiça do Paraná

Bolsonarista que matou petista tem prisão domiciliar negada pela Justiça do Paraná

O policial Jorge Guaranho deve ir para a prisão após sair do hospital – ele sofreu pelo menos 20 chutes na cabeça após matar o guarda municipal Marcelo Arruda.

Redação - quinta-feira, 4 de agosto de 2022 - 21:36

A Justiça do Paraná negou o pedido de prisão domiciliar apresentado pelos advogados do policial penal bolsonarista Jorge Guaranho, acusado de matar o guarda municipal petista Marcelo Arruda no dia 9 de julho. A decisão foi do juiz Gustavo Germano Francisco Arguello, da 3ª Vara Criminal de Foz do Iguaçu, na região oeste do Paraná.

A defesa havia solicitado a prisão domiciliar “em razão do seu estado de saúde e da necessidade de cuidados médicos”. Vale lembrar que Guaranho segue internado após ter sido baleado e sofrido chutes na cabeça.

A previsão é que o bolsonarista tenha alta do Hospital Ministro Costa Cavalcanti nesta sexta-feira (5). Conforme a decisão da Justiça, ele deve sair da internação e ser encaminhado ao Complexo Médico Penal do Paraná, em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba.

Na decisão, o juiz ressaltou a postura “conflituosa, beligerante e intolerante” de Guaranho no assassinato de Marcelo Arruda e da “audácia do agente e desconsideração com a vida de vítimas secundárias” já que o policial bolsonarista disparou diversas vezes durante a festa de aniversário do petista. 

MORTE DO PETISTA MARCELO ARRUDA EM FOZ DO IGUAÇU (PR)

O petista Marcelo Aloízio Arruda foi assassinado no dia 9 de julho, durante a própria festa de aniversário de 50 anos.

De acordo com a Polícia Civil do Paraná, Jorge Guaranho estava em uma confraternização, ingeriu bebidas alcoólicas e ficou sabendo da realização de uma festa na ARESF (Associação Recreativa Esportiva Segurança Física de Itaipu), cujo salão estava decorado com balões vermelhos e imagens do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O bolsonarista chegou ao local para provocar, segundo o inquérito policial. Dentro do carro dele, era tocada uma música de apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL), quando é iniciada uma discussão entre ele e o petista.

O policial penal federal apontou uma arma e, em resposta, o aniversariante jogou terra contra ele e o carro dele. Guaranho deixou o local e falou para a esposa e o filho: “Isso não vai ficar assim. Nós fomos humilhados. Eu vou retornar”.

Marcelo Arruda foi morto no dia em que comemorava 50 anos. (Reprodução)

Depois da saída, Marcelo Arruda põe a sua arma de trabalho na cintura. As pessoas que estavam no salão pediram para que o portão de entrada fosse fechado, porém, o bolsonarista retorna e consegue entrar mesmo assim.

Ao perceber o retorno de Jorge Guaranho, a esposa do petista tenta intervir e se apresenta como policial civil. Marcelo saca a arma e ambos ficam com o instrumento apontado um para o outro por quatro segundos, até o bolsonarista atirar.

O guarda municipal e tesoureiro do PT responde e também atinge o policial penal federal. O socorro foi acionado, mas Marcelo Aloízio de Arruda não resistiu aos ferimentos. O bolsonarista permanece internado em um hospital de Foz do Iguaçu, em estado grave.

Segundo a PCPR, não houve motivação política para a prática do crime. O indiciamento foi por motivo torpe e perigo comum. No entanto, a denúncia apresentada pelo Ministério Público aponta a divergência política como motivação.

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