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Bolsonarista acusado de matar tesoureiro do PT vai a júri popular

Bolsonarista acusado de matar tesoureiro do PT vai a júri popular

Policial penal Jorge Guaranho será julgado por homicídio duplamente qualificado; crime ocorreu em julho, durante a própria festa de aniversário do petista.

Redação - sexta-feira, 2 de dezembro de 2022 - 08:19

O bolsonarista Jorge Garanho, acusado de matar o tesoureiro do PT Marcelo Arruda em Foz do Iguaçu, na região oeste do Paraná, vai a júri popular. A decisão da Justiça foi confirmada nesta quinta-feira (1).

De acordo com o despacho do juiz Gustavo Germano Francisco Arguello, da 3ª Vara Criminal de Foz do Iguaçu, o réu será julgado por homicídio duplamente qualificado – o magistrado manteve as qualificadoras de crime cometido por motivo fútil e que resultou em perigo comum.

A data do julgamento ainda não foi marcada.

Para o Ministério Público do Paraná (MPPR) houve motivação política no assassinato.

Jorge Guaranho é policial penal e está preso desde agosto no Complexo Médico Penal, em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. Ele também responde por um processo disciplinar.

Morte do petista Marcelo Arruda em Foz do Iguaçu

O petista Marcelo Aloízio Arruda foi assassinado no dia 9 de julho, durante a própria festa de aniversário de 50 anos.

De acordo com a Polícia Civil do Paraná, Jorge Guaranho estava em uma confraternização, ingeriu bebidas alcoólicas e ficou sabendo da realização de uma festa na ARESF (Associação Recreativa Esportiva Segurança Física de Itaipu), cujo salão estava decorado com balões vermelhos e imagens do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O bolsonarista chegou ao local para provocar, segundo o inquérito policial. Dentro do carro dele, era tocada uma música de apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL), quando foi iniciada uma discussão entre ele e o petista.

O policial penal federal apontou uma arma e, em resposta, o aniversariante jogou terra contra ele e o carro dele. Guaranho deixou o local e falou para a esposa e o filho: “Isso não vai ficar assim. Nós fomos humilhados. Eu vou retornar”.

(Reprodução/redes sociais)

Depois da saída, Marcelo Arruda põe a sua arma de trabalho na cintura. As pessoas que estavam no salão pediram para que o portão de entrada fosse fechado, porém, o bolsonarista retorna e consegue entrar mesmo assim.

Ao perceber o retorno de Jorge Guaranho, a esposa do petista tenta intervir e se apresenta como policial civil. Marcelo saca a arma e ambos ficam com o instrumento apontado um para o outro por quatro segundos, até o bolsonarista atirar.

O guarda municipal e tesoureiro do PT responde e também atinge o policial penal federal. O socorro foi acionado, mas Marcelo Aloízio de Arruda não resistiu aos ferimentos. O bolsonarista foi socorrido e permaneceu internado em um hospital de Foz do Iguaçu, em estado grave. Depois de receber alta, foi preso.

Segundo a PCPR, não houve motivação política para a prática do crime. O indiciamento foi por motivo torpe e perigo comum. No entanto, a denúncia apresentada pelo Ministério Público aponta a divergência política como motivação.

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