Aumento dos combustíveis afeta transporte coletivo de Curitiba
Em fevereiro, a passagem de ônibus foi reajustada para R$ 5,50 e, segundo a Urbs, a alta nos insumos foi o principal fator responsável pelo aumento no valor da tarifa
O aumento nos combustíveis, anunciado pela Petrobras nesta quinta-feira (10), terá impacto nas empresas do transporte coletivo. O preço médio do diesel teve alta de 25%, e o da gasolina foi de 18,8%. Em fevereiro, a passagem de ônibus foi reajustada e passou para R$ 5,50. Segundo a Urbs (Urbanização de Curitiba), a alta nos insumos foi o principal fator responsável pelo aumento no valor da tarifa. As informações são da BandNews Curitiba.
O presidente do Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba, Mauricio Gulin, afirma que a alta pressiona diretamente os custos do sistema.
“Esse novo reajuste dos combustíveis foi bastante expressivo e causa preocupação em todos. Isso não é diferente para as empresas de ônibus de Curitiba. A alta pressiona ainda mais os custos do sistema. Para se ter uma ideia, o item combustível é o segundo mais oneroso da planilha, perde apenas para o custo pessoal. E o pior é que ele se dá em um momento onde o número de passageiros ainda é cerca de 30% abaixo ao que era antes da pandemia. De um lado, você tem uma receita que ainda não se recuperou e do outro um custo que só aumenta. E vale a pena lembrar que o diesel subiu 60% no período da pandemia”, observa Gulin.
A tarifa técnica, que representa o custo real por passageiro, está em R$ 6,36. Na análise do economista e professor Jackson Bittencourt, o valor deve subir com o reajuste do diesel. Além disso, a guerra na Ucrânia também pode impactar os preços.
“A tarifa de ônibus ficou um período estável por conta da pandemia, e o aumento que acabamos de receber não tem muito a ver com o que começou a acontecer agora no cenário mundial. Estamos vendo uma elevação no preço dos combustíveis, fruto do conflito entre Rússia e Ucrânia, e só a Rússia é responsável por 8% do petróleo mundial. Os preços já disparam, e o diesel hoje chega na bomba com um valor mais alto”, explica.
Ainda de acordo com o professor, a tarifa mais alta requer um subsídio maior.
“Não tenha dúvida que alguém vai ter que pagar essa conta. Parte da tarifa técnica é subsidiada pelas prefeituras, essa pressão pode fazer com que as empresas de transporte coletivo pressionem a prefeitura por um aumento, o custo vai aumentar. E aí cabe repassar para nós, consumidores do transporte público, ou a prefeitura vai ter que bancar isso”, completa.
Segundo a Prefeitura de Curitiba, a tarifa do usuário terá o mesmo valor pelo período de um ano. Já o valor do subsídio, fixado em 97 milhões de reais por ano, foi calculado com base na tarifa técnica de R$ 6,36. Os valores da gasolina e do diesel não tinham reajuste há 57 dias.
