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Ataque em escola de Cambé: polícia conclui investigação

Ataque em escola de Cambé: polícia conclui investigação

Um homem preso em Pernambuco foi apontado como mentor intelectual da invasão à escola; o atirador, encontrado morto sob custódia do Estado, não será indiciado.

Angélica Fenley Belich - quarta-feira, 28 de junho de 2023 - 11:40

A Polícia Civil concluiu nesta quarta-feira (28) o inquérito policial que apura o ataque a uma escola de Cambé, no Norte do Paraná. O atentado covarde a tiros deixou dois estudantes mortos e chocou o país.

Conforme a polícia, além do autor do crime, um homem de 21 anos, preso em flagrante e que morreu sob custódia do Estado, outras quatro pessoas foram presas durante a investigação. Dois homens foram indiciados por homicídio qualificado, e outros dois estão sendo investigados por comércio ilegal de armas de fogo. O inquérito será encaminhado ainda hoje à Justiça.

“Trabalhamos incansavelmente para descobrir todos os atores envolvidos na ação e dar uma resposta rápida à sociedade”, afirmou o delegado-chefe da Subdivisão da PCPR em Londrina, Fernando Amarantino Ribeiro Gonçalves Amorim.

O atirador foi encontrado morto dentro da Casa de Custódia de Londrina e não será indiciado, pelo princípio da extinção da punibilidade em casos como esse.

Planejamento do crime em Cambé

O atentado ocorreu no Colégio Estadual Helena Kolody, em Cambé, no último dia 19. O autor do crime era um ex-aluno da instituição e prestou depoimento à polícia no mesmo dia do crime. Na oitiva, ele detalhou o planejamento do atentado.

Antes do ataque, ele conheceu o homem de 18 anos preso em Gravatá, no estado de Pernambuco, pela internet. Ele é apontado como o mentor intelectual da invasão à escola e auxiliou no planejamento estratégico do ataque.

“Mensagens encontradas no celular do autor do crime mostram que o jovem de Gravatá o incentivou a cometer o crime”, disse a Polícia Civil. 

Ele foi indiciado por homicídio doloso, por ter contribuição fundamental na execução do crime, instigando e direcionando o atirador.

Junto com o preso do estado de Pernambuco, foram apreendidos materiais que serão periciados e analisados como forma de instrução da investigação. O jovem já vinha sendo investigado pela polícia daquele estado desde o ano passado, quando ainda era menor, por armazenamento de pornografia infantil e terrorismo.

Outra participação fundamental para a execução do crime, ainda segundo o inquérito policial, veio de um amigo do atirador. Um homem de 21 anos, morador de Rolândia, preso no mesmo dia do ataque, auxiliou na compra de materiais, como uma beca preta, utilizada no ataque, e também no planejamento do crime.

No sábado que antecedeu o atentado (17), os dois se encontraram no Ginásio de Esportes de Rolândia, tiraram fotos e gravaram vídeos para serem postados minutos antes do ataque.

Nas postagens o atirador aparece paramentado com a beca que foi encontrada na cena do crime em sua mochila. O homem de 21 anos permanece preso, indiciado pelo crime de homicídio qualificado.

Outros dois homens foram presos durante a investigação: um de 35 anos e outro de 39, ambos moradores de Rolândia. Eles são suspeitos de colaborar com o fornecimento da arma de fogo e munições empregadas no ataque. Conforme a investigação policial, a princípio, nenhum deles sabia que a arma seria utilizada no ataque ao colégio. Os homens estão sendo investigados por comércio ilegal de arma de fogo e munições.

“Ambos já têm passagens pela polícia por porte ilegal de armas, tráfico de drogas, furto, receptação e violência doméstica”, disse o delegado. Eles já foram presos em oportunidades diversas e respondem a processos na justiça.

Os estudantes Karoline Verri Alves, de 17 anos, e Luan Augusto da Silva, de 16 anos, foram baleados e morreram no ataque brutal em Cambé. Eles eram namorados.

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