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Acusado de racismo em viagem por aplicativo alega problemas psicológicos em depoimento

Acusado de racismo em viagem por aplicativo alega problemas psicológicos em depoimento

O motorista acusado de racismo pela estudante Isabella Santos, de 20 anos, em uma viagem pelo aplicativo inDriver, prest..

Redação - segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020 - 21:52

O motorista acusado de racismo pela estudante Isabella Santos, de 20 anos, em uma viagem pelo aplicativo inDriver, prestou depoimento no 7° Distrito Policial de Curitiba nesta segunda-feira (17) e alegou sofrer de “problemas psicológicos”.

Segundo o delegado Cassiano Aufiero, o motorista demonstrou estar assustado e se disse arrependido pelas ofensas proferidas a Isabella.

“Ele tentou se retratar com a vítima, mas não conseguiu o contato dela. Assim, acabou de certa forma confessando o crime, alegando como justificativa estar passando por problemas particulares e que tem problema psicológico, trouxe inclusive um laudo médico, e disse que o desentendimento foi o estopim para que ele explodisse, levando aos xingamentos e ameaças da parte dele”, explicou o delegado.

Ainda de acordo com Aufiero, o motorista será indicado pelos crimes de injúria racial e ameaça, podendo ser condenado de um a três anos e meio de reclusão. Além disso, a plataforma inDriver excluiu o profissional de sua lista de motoristas.

“Nós vamos encaminhar o inquérito ao Ministério Público do Paraná (MPPR), que provavelmente vai apresentar a denúncia para levar o caso a julgamento. Todo o processo foi bem rápido, porque a vítima conseguiu reunir provas suficientes. O acusado de forma alguma contestou que a voz não seria dele, chegando a confessar, sendo assim, um caso tranquilo para que a polícia pudesse trabalhar”, finalizou o delegado.

RELEMBRE O CASO

Isabella e sua mãe pediram a corrida pelo aplicativo inDriver na frente do Terminal do Portão, em Curitiba, no último dia 10. Após 15 minutos de espera debaixo de chuva, a estudante cancelou a corrida.

“Com o carro já cancelado ele me ligou sendo extremamente grosso e perguntando porque eu não estava no local, aí eu desliguei e logo em seguida recebi os áudios”, explicou a estudante.

O motorista mandou diversos áudios com ofensas e ameaças como “Preta. Gente como você a gente trata como verme. Eu sei os dois endereços que você colocou… Não brinca com motorista, qualquer hora tu vai tomar uma invertida”, disparou o homem.

“Como é que pode esse absurdo acontecer atualmente? Eu me senti fraca, injustiçada. É algo muito dolorido”, finalizou Isabella.

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