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Vereador Eder Borges tem mandato cassado pela Câmara de Curitiba

Vereador Eder Borges tem mandato cassado pela Câmara de Curitiba

Ele foi condenado por difamação após publicar uma montagem que acusava a APP-Sindicato de manipular ideologicamente estudantes, em 2016.

Johan Gaissler - sexta-feira, 27 de maio de 2022 - 11:59

O vereador Eder Borges (PP) teve o mandato cassado nesta sexta-feira (27) pela Câmara Municipal de Curitiba (CMC). Ele foi condenado por difamação em um processo, já transitado e julgado, após publicar uma montagem que acusava a APP-Sindicato de manipular ideologicamente estudantes, em 2016.

O anúncio foi feito em entrevista coletiva dada pelo presidente da Casa, Tico Kuzma (PROS). De acordo com a Constituição Federal, a Lei Orgânica do Município e o Regimento Interno da CMC, a condenação do parlamentar implica na perda de direitos políticos e, consequentemente, na cassação do mandato.

A determinação não cabe recurso e foi tomada pela 4ª Turma Recursal dos Juizados Especiais de Curitiba. Entre as punições, estão: prisão por 25 dias em regime aberto e pagamento de multa.

Eder Borges não tinha mandato quando foi processado. Ele acusou o sindicato dos servidores da educação pública de manipular estudantes durante uma ocupação nas escolas contra reformas na educação.

Durante a tramitação, o vereador conseguiu recorrer de algumas decisões, que na sequência foram revertidas pela APP até chegar ao trânsito em julgado. O caso foi denunciado à Câmara de Curitiba em fevereiro deste ano através de anonimato.

Eder Borges, em defesa, afirmou que “não pode perder o mandato por conta de um meme” e chamou a condenação de “um absurdo da Justiça brasileira”.

EDER BORGES ACUSOU SINDICATO DE MANIPULAÇÃO IDEOLÓGICA

O vereador Eder Borges (PP) compartilhou, em 2016, uma publicação em que acusava a APP-Sindicato (Sindicato dos Trabalhadores da Educação Pública do Paraná) de manipular ideologicamente alunos e alunas da rede estadual.

Na época, movimentos estudantis ocuparam escolas públicas em protesto à proposição de reforma na educação básica. Bolsonarista, o parlamentar pertencia ao MBL (Movimento Brasil Livre) quando fez a postagem em redes sociais. 

Eder Borges chegou a ser candidato ao Legislativo municipal naquele ano, porém não foi eleito. O TRE-PR (Tribunal Regional Eleitoral do Paraná) chegou a cassar o mandato dele, iniciado em 2021, por não prestar contas sobre a candidatura na eleição em que foi derrotado. Em 2020, foi eleito vereador de Curitiba com 3.932 votos.

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