Rússia x Ucrânia: Presidente ucraniano diz que é alvo de Putin e confirma 137 mortes
Presidente da Ucrânia, Zelensky falou sobre o primeiro dia de ataques da Rússia e afirma que é o alvo número um do presidente russo Vladimir Putin.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, informou que os ataques da Rússia já causaram a morte de 137 ucranianos e deixaram outros 316 feridos. A guerra tem menos de 24 horas desde o início da operação militar em todo o território ucraniano.
“As forças de sabotagem do inimigo já entraram na capital. Eu e minha família estamos permanecendo. De acordo com as informações que temos, o inimigo me marcou como alvo número 1 e minha família como alvo número 2. Só saio daqui morto“, afirmou o presidente ucraniano em pronunciamento nesta quinta-feira (24).
Zelensky ainda disse que permanece na capital Kiev, mesmo com a cidade estar sendo atacada pelo exército russo.
Mais cedo, a Rússia havia divulgado que teve sucesso nos 83 alvos até então. Entre os pontos já tomados pelas tropas russas estão a ilha Zmiinyi, próxima da fronteira com a Romênia, e a usina nuclear de Chernobyl.
Os ucranianos tentam se defender. Zelensky convocou “todos os homens, de 18 a 55 anos” ao alistamento militar para lutar junto às forças armadas. No entanto, a Rússia prossegue com mais de 150 mil soldados e em diversas fronteiras.
Ainda segundo o governo ucraniano, 30 tanques, 130 veículos armados, cinco aviões e seis helicópteros russos foram destruídos.
UCRÂNIA QUER ENTRAR NA OTAN, MAS NÃO TEM RESPOSTA
Ainda no pronunciamento, Zelensky disse que conversou com 27 líderes europeus e perguntando se a Ucrânia vai de fato para entrar na Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), que conta com países como Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, França e Alemanha. De acordo com o acordo, quando um membro da Otan é atacado, todos os países devem defendê-lo. Apesar de ser considerada parceira, a Ucrânia não faz parte e não é defendida pelos eventuais aliados.
“Eu perguntei diretamente. Todo mundo está com medo, eles não estão respondendo”, disse o presidente da Ucrânia ao afirmar para a população que o país está sozinho.
A Otan já deixou claro que não vai enviar tropas para a Ucrânia e seguirá aplicando sanções econômicas contra a Rússia. O grupo, porém, reforça as fronteiras dos países que já integram a Otan, como Polônia, Eslováquia, Hungria e Romênia.
GUERRA NA UCRÂNIA: O QUE LEVOU A RÚSSIA A ATACAR
Tudo se dá pela aproximação da Otan com a Ucrânia. Vale lembrar que a Otan é um grupo criado em 1949, após a Segunda Guerra Mundial, para evitar o avanço da União Soviética, que foi extinta em 1991 ao se desintegrar em diferentes países.
Para a Rússia, a aproximação da Otan foi uma ameaça. Em dezembro, o presidente russo, Vladimir Putin, ameaçou o confronto caso as negociações não parassem.
Nesta semana, Putin reconheceu a independência das regiões de Lugansk e Donetsk, no leste da Ucrânia. Além disso, disse que a origem da nação ucraniana foi um erro. Para os ucranianos, Putin negou o direito do país de existir.
Esse ato aumentou a preocupação com a situação entre Ucrânia e Rússia. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmando que os russos iriam atacar e a previsão se confirmou ontem à noite, quando Putin anunciou a operação militar.
No entanto, a Rússia não pretende só ocupar as duas regiões separatistas e ataca todas as regiões da Ucrânia, incluindo a capital Kiev.