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Procuradoria cita interferência de Bolsonaro, e juiz manda ao STF caso Milton Ribeiro

Procuradoria cita interferência de Bolsonaro, e juiz manda ao STF caso Milton Ribeiro

Investigação teria sido prejudicada em razão de tratamento diferenciado dado pela polícia ao ex-ministro do governo Jair Bolsonaro.

José Marques - Folhapress - sexta-feira, 24 de junho de 2022 - 15:26

O juiz Renato Coelho Borelli, da Justiça Federal do Distrito Federal, enviou os autos das investigações sobre o ex-ministro Milton Ribeiro e pastores suspeitos de atuarem no Ministério da Educação para análise do STF (Supremo Tribunal Federal) após suspeitas de interferência do presidente Jair Bolsonaro (PL) nas apurações.

O magistrado deu a decisão após o Ministério Público Federal apontar “indício de vazamento da operação policial e possível interferência ilícita por parte do Presidente da República Jair Messias Bolsonaro nas investigações”.

Como a Folha de S.Paulo revelou, o delegado federal responsável pelo pedido de prisão de Milton Ribeiro afirmou em mensagem enviada a colegas que houve “interferência na condução da investigação”.

Bruno Calandrini diz no texto que a investigação foi “prejudicada” em razão de tratamento diferenciado dado pela polícia ao ex-ministro do governo Jair Bolsonaro.

O juiz determinou a interrupção de interceptações telefônicas dos investigados e a remessa do processo para o Supremo. Ele solicita que a ministra Cármen Lúcia, que ficou responsável por decisões nas investigações sobre Milton Ribeiro quando ele era ministro, seja a relatora do caso.

A PRISÃO DO EX-MINISTRO E PASTOR MILTON RIBEIRO

Milton Ribeiro foi preso na manhã de quarta-feira (22) pela Polícia Federal (PF). O ex-ministro e pastor foi um dos alvos da Operação Acesso Pago, que investiga o suposto “tráfico de influência e corrupção para a liberação de recursos públicos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE)”, vinculado ao Ministério da Educação (MEC).

Mais cedo, a defesa do ex-ministro divulgou uma nota em que diz que “inexiste razão para a prisão preventiva editada” e que a “custódia é injusta, desmotivada e indiscutivelmente desnecessária”.

O advogado Daniel Bialski, que foi contratado para fazer a defesa de Ribeiro, informou em nota que pretende entrar com um pedido de habeas corpus “visando o reconhecimento da coação ilegal imposta, especialmente porque os fatos são pretéritos e sem  contemporaneidade”.

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