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PGR deve ficar uma semana em Curitiba para obter 500 terabytes de dados da Lava Jato

PGR deve ficar uma semana em Curitiba para obter 500 terabytes de dados da Lava Jato

O trabalho de obtenção de dados da força-tarefa da Lava Jato no Paraná pela PGR (Procuradoria-Geral da República) deve d..

Angelo Sfair - quarta-feira, 22 de julho de 2020 - 17:25

O trabalho de obtenção de dados da força-tarefa da Lava Jato no Paraná pela PGR (Procuradoria-Geral da República) deve durar pelo menos uma semana. Técnicos enviados de Brasília trabalham desde ontem (21) na sede do Ministério Público Federal em Curitiba.

O compartilhamento de informações foi determinado pelo presidente do STF, ministro Dias Toffoli, a pedido da Procuradoria-Geral da República.

De acordo com fontes ligadas à operação, a demora se deve ao acervo gigantesco acumulado desde 2014. Estima-se que a PGR tenha acesso a cerca de 500 terabytes em dados. Outros 500 terabytes devem ser coletados da PF (Polícia Federal).

Todo o material apreendido, coletado ou produzido durante os mais de seis anos de Operação Lava Jato deve ser entregue à Procuradoria-Geral, sendo sigiloso ou não.

A decisão de Toffoli também abrange os braços da Lava Jato em São Paulo e no Rio de Janeiro.

PGR GANHA ACESSO IRRESTRITO A DADOS DA LAVA JATO

mpf, minsitério público federal, operação lava jato, força-tarefa, marechal deodoro, fachada PGR deve acessar 1 mil terabytes de dados: 500 TB do MPF e outors 500 TB da PF (Geraldo Bubniak/AGB)

Entre os dados produzidos no Paraná que serão compartilhados com a PGR estão informações sobre 50 milhões de movimentações financeiras que somam R$ 4 trilhões.

Além disso, integram a lista mais de 700 relatórios de inteligência financeira produzidos pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).

Ao procurar a Suprema Corte, a PGR alegou que os pedidos iniciais sofreram “resistência ao compartilhamento” por parte dos procuradores no Paraná, que teriam imposto uma “supervisão de informações” para dificultar o acesso.

Procurada, a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba preferiu não se manifestar.

A queda de braço entre Lava Jato e PGR se intensificou a partir da suspeita de que procuradores do Paraná haviam investigado pessoas com foro privilegiado, o que é uma prerrogativa exclusiva do órgão em Brasília.

Em nota publicada no dia 9 de julho, a força-tarefa no MPF negou as supostas irregularidades. E afirmou: “é necessário registrar que a decisão parte de pressuposto falso, pois inexiste qualquer investigação sobre agentes públicos com foro privilegiado”.

A força-tarefa Lava Jato no Paraná também manifestou preocupação em relação à decisão inédita do STF, que concedeu à PGR acesso indiscriminado a dados privados de cidadãos, além do afastamento de sigilo de dados bancários, fiscais e telemáticos.

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