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O Momento é de reconciliação e apostar no novo governo

O Momento é de reconciliação e apostar no novo governo

Políticos e empresários avaliam vitória de Lula e da democracia no Brasil. A expectativa é de ajustes na economia.

Pedro Ribeiro - segunda-feira, 31 de outubro de 2022 - 18:31

“Democraticamente, o Brasil fez a sua escolha”, disse, nesta segunda-feira, 31, o deputado Luiz Cláudio Romanelli ao comentar sobre as eleições do segundo turno no Brasil. 

O deputado espera que o fim das eleições deve dar início a uma nova fase para o Brasil e defendeu a unidade dos brasileiros. “Esta nova etapa da vida nacional é tempo de reconciliação dos divergentes, dos amigos e das famílias”, ponderou. “É fundamental prevalecer o diálogo, a empatia, a compreensão e o entendimento”. 

Para Romanelli, o Brasil ainda carece de muitos avanços para reduzir as desigualdades e a eleição abre um novo espaço para discussões sobre as transformações que o País precisa. “A construção de uma nação pressupõe fraternidade, união, solidariedade e absoluto respeito à democracia. Vamos ao trabalho!”, declarou.

LULA DEVE REALIZAR UM BOM GOVERNO, DIZ GEARA

O empresário Gláucio Geara, ex-presidente da Associação Comercial do Paraná, observa que a vitória de Lula foi uma vitória do povo brasileiro e da democracia. É preciso respeitar. “Acredito que Lula possa realizar um bom governo, principalmente se escalar em seu time na área econômica um profissional como o ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que tem conhecimento da política econômica nacional e internacional”, disse.

O processo eleitoral foi conturbado, mas prevaleceu o espírito democrático do povo brasileiro. A democracia no Brasil ficou ainda mais fortalecida e serve de exemplo para nações mais desenvolvidas. O governo que assumirá em janeiro deverá montar uma pauta que privilegie ajustes na economia, com reforma tributária e na área social. Lula é habilidoso, conhece bem como funciona o Congresso Nacional e saberá lidar com esta difícil tarefa, pontuou Gláucio Geara.

ORIOVISTO FAZ UMA ANÁLISE DAS ELEIÇOES

O senador Oriovisto Guimarães (PODE-PR) analisou o resultado das eleições presidenciais e destacou aspectos importantes que devem nortear o trabalho no Congresso Nacional nos próximos anos. Veja os pontos de uma entrevista publicada em sua página na internet:

“Defensor da democracia como sempre fui, parabenizo o ex-presidente Lula pela vitória nas urnas. Como Líder do Podemos no Senado, torço pela união e pelo progresso do País. Continuarei defendendo propostas que combatem a corrupção. Defenderei sempre a livre iniciativa, a propriedade privada, a honestidade e a transparência no uso do dinheiro público. Dentro desses princípios, examinarei cada projeto, podendo votar favoravelmente ou contrariamente e me somar à oposição. Desejo sorte ao novo governo!”, declarou o senador.

 

Leia mais sobre quais projetos o líder do Podemos considera prioridade para o país!

 

– Como o senhor avalia o resultado presidencial das eleições deste ano?

– OG: A população sempre acredita que uma personalidade, como Lula ou Bolsonaro, vai salvar ou arruinar a nação e isso é um grande engano. Nós precisamos de leis estruturantes, que nos façam ter paz, segurança, tranquilidade, independentemente do nome do futuro presidente.

Nós temos que promover as reformas tributária, administrativa, política, do poder judiciário, mas tudo isso não depende apenas do novo presidente, mas do Congresso. Há projetos importantes de minha autoria que estão prontos para serem votados, como o que acaba com as decisões monocráticas dos ministros do STF; o que estabelece que o procurador-geral da República deve ser escolhido com base na lista tríplice; o que garante a independência da Polícia Federal e o que proíbe o governo brasileiro, por meio dos bancos públicos, de fazer empréstimos para o exterior. A população tem que parar de se apaixonar por nomes e cobrar a aprovação de matérias que realmente promovam melhorias no país, seja quem for o presidente da República.

– O Senado, assim como a Câmara, terá uma configuração forte de centro direita e direita a partir de 2023. Acredita que isso será um desafio para o presidente eleito?

– OG: O que o Congresso precisa ter mesmo é honestidade e amor por esse país. A democracia é feita por três poderes. O Executivo tem o seu papel, o Legislativo, que é o Congresso, tem o seu papel e o Judiciário, que é o Supremo e todo o sistema judiciário, tem o seu papel. Não adianta ficar com essa história de direita e esquerda. O importante é ter inteligência e compromisso com o Brasil. O Congresso precisa aprovar as reformas estruturantes. O Congresso precisa ser independente e não pode ser aliado do presidente, seja ele quem for. O Congresso tem que analisar cada projeto e, se for bom, votar a favor, e se for ruim, votar contra. É isso que tem que ser feito. Essa história de direita e esquerda não dá comida para ninguém.

-Na sua avaliação, quais seriam as pautas principais para o País no próximo mandato presidencial?

– OG: Essas que eu disse na primeira resposta. Nós temos que votar as reformas estruturantes. Sem leis claras, que deem segurança para os empreendedores, aqueles que irão investir dinheiro no Brasil, sejam investidores nacionais ou internacionais, sem garantia de propriedade muito clara, sem paz no campo e sem paz na sociedade esse país não vai a lugar nenhum. Nós só podemos trazer essa paz, essa tranquilidade para todos, com essas leis estruturantes, com essas reformas que estou destacando. Essa é a pauta do Brasil e essa é a pauta que o brasileiro tem que cobrar do Congresso. Eu ficarei muito triste se novamente, daqui a uma semana, o Centrão estiver apoiando o Lula, assim como apoiou o Bolsonaro, em troca de emendas, se o parlamento continuar com essa coisa medíocre, de senadores e deputados estarem lá para levar uma emendinha para o seu estado e não para pensar o Brasil como um todo e fazer as reformas que nós precisamos. Então, a pauta é o Brasil.

– O que esperar da sua relação com o presidente eleito e seus futuros ministros?

– OG: No que depender de mim, a minha relação com o presidente, seja ele quem for, e se tivesse ganhado o Bolsonaro eu diria a mesma coisa, como já vinha falando antes das eleições, eu irei analisar, um a um, os projetos enviados pelo Executivo ao Congresso e analisarei com independência. Se eu concluir que é um projeto bom, que respeita a propriedade privada, que respeita os nossos valores, que vai criar riquezas e empregos, votarei favorável. E se eu achar que é uma porcaria, que só criará insegurança jurídica e confusão, irei me opor violentamente, com toda a minha alma e com todas as minhas forças. Função de parlamentar não é apoiar ou deixar de apoiar, função de parlamentar é pensar o país como um todo e é isso que eu irei fazer.

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