Novo inquérito investiga possível grampo na cela de Youssef

Um inquérito deve investigar a instalação de um grampo ilegal na cela do doleiro Alberto Youssef na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba. O juiz Eduardo Appio, da 13ª Vara Federal de Curitiba, determinou a abertura da investigação nesta segunda-feira (22). O grampo foi encontrado pelo próprio doleiro em 2014. 

Na decisão, Appio afirma que “existem indícios concretos e documentos acerca do cometimento de graves delitos, em tese, na referida carceragem”. À época, Youssef ainda não tinha aceitado colaborar com as investigações da Operação Lava Jato. A Polícia Federal alegou que os equipamentos eram antigos e estavam desativados, embora ainda estivessem na cela. Agora, Youssef obteve áudios do que teria sido ouvido ilegalmente pelos investigadores. Com isso, o doleiro vai pedir à Justiça Federal de Curitiba a anulação de seu acordo de delação e de suas condenações. 

Youssef é apontado como o chefe de um esquema de pagamentos de propinas e lavagem de dinheiro e foi preso na Operação Lava Jato em 2014. Ele fechou um acordo de delação premiada e, dois anos depois, foi transferido para prisão domiciliar.

INVESTIGAÇÃO EM 2014

O equipamento foi descoberto em 2014. Uma primeira sindicância indicou que o material não realizava gravações. No entanto, uma segunda investigação foi aberta pela Corregedoria-Geral da PF, em Brasília, em 2015, e confirmou que o grampo estava funcionando na cela. Segundo o documento de análise da PF, foram encontrados 64 arquivos de áudio registrados.

Agora, o novo juiz da Lava Jato entende que é necessário abrir um novo procedimento para apurar os fatos. 

A reportagem tentou contato com a defesa de Alberto Youssef, mas não obteve retorno.