Moro se diz ‘estarrecido’ com cassação de Deltan; veja mais repercussões
Senador do Paraná, Moro lamentou a decisão do TSE e disse que a política perde uma voz honesta em busca do melhor ao povo brasileiro.
O senador paranaense Sergio Moro (União) lamentou e disse ficar ‘estarrecido’ com a decisão unânime do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de cassar o mandato do deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos).
“É com muita tristeza que recebo a informação da cassação do mandato de deputado federal do Deltan Dallagnol. Estou estarrecido por ver fora do Parlamento uma voz honesta na política que sempre esteve em busca de melhorias para o povo brasileiro. Perde a política. Minha solidariedade aos eleitores do Paraná e aos cidadãos do Brasil”, disse Moro pelas redes sociais.
Com os 344 mil votos, Deltan foi o deputado mais votado do Paraná nas Eleições 2022 e o segundo mais votado da história do Estado.
O ex-coordenador da Lava Jato no Paraná ainda pode recorrer da decisão do TSE no STF (Supremo Tribunal Federal).
A cassação do mandato determina que todos os votos vão para o partido Podemos.
Luiz Carlos Hauly foi o segundo candidato mais votado do Podemos no Parará, com 11.925 votos.. No entanto, Hauly não atingiu o quociente individual para assumir. Nesse cenário, quem assume o cargo é o pastor Itamar Paim.
OUTRAS REPERCUSSÕES DE POLÍTICOS
Deputados federais, André Fernandes (PL-CE), o mais votado do Ceará, e Mauricio Marcon (Podemos-RS) lamentaram a decisão.
“São 300 mil brasileiros que confiaram, acreditaram, votaram e estavam sendo representados pelo seu representante legítimo eleito democraticamente. Surreal!”, disse Fernandes.
“Deltan Dallagnol um homem que arriscou a sua vida para combater a roubalheira feita pelo PT, perdeu seu mandato hoje em um julgamento lamentável feito no TSE. Esse país as vezes parece realmente não ter jeito, onde o criminoso virou presidente e o homem da lei foi impedido de trabalhar pelo seu país. Dia muito triste para todos que lutam e trabalham por um Brasil melhor”, completou Marcon.
Já outras figuras e alguns petistas celebraram as decisões do TSE:
- Ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, condenado na Lava Jato, escreveu “Tchau, querido”
- Presidente do PT, Gleisi Hoffman ironizou: “Agora Deltan Dallagnol tem um power point pra chamar de seu! Cassado! Responde a processos administrativos pendentes como procurador, ou seja, é ficha suja”
- Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino dedicou um texto da Bíblia ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva: ““Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados!”.
DELTAN TEM MANDATO DE DEPUTADO CASSADO PELO TSE
Por unanimidade, os ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) indeferiram o registro de candidatura do deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR).
Duas ações pedindo a cassação foram movidas – um pela federação formada pelos partidos PT, PC do B e PV e outro pelo PMN.
O argumento era de que o ex-coordenador da Lava Jato no Paraná teria deixado a carreira de procurador com sindicâncias e processos administrativos pendentes no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). Isso o impediria de concorrer a cargos públicos segundo os critérios da Lei da Ficha Limpa.
Os ministros que Dallagnol fraudou a Lei da Ficha Limpa ao sair do MPF (Ministério Público Federal) em novembro de 2021.
Relator do caso, o ministro Benedito Gonçalves disse que ele escapou de eventuais punições que poderiam resultar em sua demissão, o que o tornaria inelegível. Na sequência, todos os magistrados acompanharam o voto do relator.
TRE-PR HAVIA REJEITADO O PEDIDO DA CASSAÇÃO NO ANO PASSADO
O TRE-PR (Tribunal Regional Eleitoral do Paraná) rejeitou as ações no ano passado, mas os partidos recorreram ao TSE, que reverteu a decisão nesta terça (16).
Em outubro do ano passado, seguindo o entendimento do Ministério Público Eleitoral, o TRE-PR deferiu, por unanimidade, a candidatura de Deltan Dallagnol.
Antes do julgamento, em nota, o deputado federal alegou que não haveria argumentos jurídicos para sustentar uma eventual declaração de inelegibilidade.
Segundo ele, a Justiça Federal do Paraná anulou a sentença do TCU que havia o condenado a devolver R$ 2,8 milhões gastos pela força-tarefa Lava Jato em Curitiba. A assessoria do parlamentar também afirmou que ele não respondia a nenhum processo disciplinar quando saiu do Ministério Público Federal. Candidato nas Eleições de 2022.
