Política
Maria Letícia: Processo da vereadora entra em sigilo na Câmara de Curitiba
(Foto: Rodrigo Fonseca/CMC)

Maria Letícia: Processo da vereadora entra em sigilo na Câmara de Curitiba

Segundo o vereador Dalton Borba, há fatos sobre a intimidade da parlamentar.

Vinicius Cordeiro - sexta-feira, 1 de março de 2024 - 17:04

Foi imposto sigilo sobre o processo disciplinar da Câmara Municipal de Curitiba que investiga a conduta da vereadora Maria Letícia (PV). A parlamentar é ré pelos crimes de embriaguez ao volante e desacato após ser presa, no fim do ano passado, ao se envolver em um acidente de carro.

“Nesse processo existem alguns fatos e documentos que dizem respeito à esfera da intimidade da vereadora, da vida pessoal dela. Esse viés do processo deve ser mantido sob sigilo para proteger a imagem pessoal da vereadora”, justifica o vereador Dalton Borba (PDT), presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da CMC.

De acordo com Borba, uma reunião marcada para a próxima segunda-feira (4) vai definir quais partes do processo serão disponibilizadas para toda a população.

“Já estamos deliberando aquilo que vai manter sob sigilo e o que vai ser disponibilizado a todo o público”, completou ele.

RELEMBRE A PRISÃO DA VEREADORA MARIA LETÍCIA

vereadora Maria Leticia (PV) foi presa em flagrante por se envolver em um acidente de carro na noite do dia 25 de novembro, em Curitiba. Ela teria batido o próprio carro, um SUV de luxo, em um veículo que estava estacionado na Alameda Augusto Stellfeld, na região do bairro Bigorrilho. Ninguém se feriu.

Após o acidente, ela teria se recusado a fazer o teste do etilômetro. A vereadora foi levada pelos policiais até a Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran).

De acordo com a polícia, a parlamentar dirigia embriagada e ainda teria desacatado os policiais militares do Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran) durante o atendimento da ocorrência.

A vereadora Maria Letícia ficou 24 horas na delegacia e foi solta um dia depois, sem pagar fiança, por determinação da Justiça. A parlamentar alegou que usa remédios para tratar uma neuromielite óptica que causam efeitos colaterais.

O CASO NA CÂMARA

Presidente da Câmara de Curitiba, o vereador Marcelo Fachinello (Pode), determinou à Corregedoria que abrisse uma sindicância para apurar a autoria e a materialidade dos acontecimentos imputados à parlamentar. No dia 15 de janeiro, o corregedor Ezequias Barros confirmou o envolvimento da parlamentar na colisão e opinou que há indícios de ofensa ao Código de Ética.

O caso, então, foi enviado pela Mesa Diretora da CMC ao Conselho de Ética, por unanimidade entre os votantes. Na representação, os fatos sob investigação foram tipificados previamente como graves, podendo até caracterizar quebra de decoro, por direção sob efeito de substância, suposta tentativa de evadir-se do local da ocorrência e desacato à autoridade policial, nos termos do Boletim de Ocorrência feito pelos policiais militares que atenderam o acidente de trânsito.

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