Manifestação pede a permanência de Renato Freitas como vereador
Membros de centrais sindicais e partidos de esquerda estão reunidos em frente à Câmara Municipal de Curitiba (CMC) desde a manhã desta terça-feira (10).
Uma manifestação pede a permanência de Renato Freitas (PT) como vereador, que pode ter o mandato cassado por quebra de decoro parlamentar. Membros de centrais sindicais e partidos de esquerda estão reunidos em frente à Câmara Municipal de Curitiba (CMC) desde a manhã desta terça-feira (10).
O Conselho de Ética da CMC decide ainda hoje se arquiva o processo ou se é aplicada uma infração ético-disciplinar, que pode ser desde uma advertência até a cassação do mandato.
“Vocês [que votarem pela cassação] serão julgados pela história se continuarem nos perseguindo”, disse o vereador durante um discurso horas antes da reunião do conselho.
Durante a manifestação, foram entoadas palavras de ordem como “Renato fica, racismo sai”.
Renato Freitas denunciou também, durante o dia, um e-mail com falas racistas a ele e outros parlamentares negros da CMC.
A mensagem foi enviada pelo e-mail oficial do vereador Sidnei Toaldo (Patriota), que negou ter sido o autor da mensagem. Ele é o relator do processo contra o petista e indicou ser favorável à cassação do parlamentar.
“Eu não tenho medo de você ou dos vagabundos esquerdistas que te defendem, seu negro. A câmara de vereadores de Curitiba não é o seu lugar, Renato. Volta para a senzala”, diz parte do conteúdo do e-mail.
CÂMARA JULGA RENATO FREITAS POR MANIFESTAÇÃO APÓS MORTE DE IMIGRANTE
Em 24 de janeiro de 2022, o imigrante congolês Moïse Mugenyi Kabagambe foi assassinado após ser agredido no quiosque Tropicália, na praia da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.
Ele chegou a trabalhar no local e era remunerado por dia de serviço. A confusão ocorreu após ele cobrar por dois dias não pagos. De acordo com o Instituto Médico Legal (IML), a causa da morte foi por traumatismo do tórax.
O crime repercutiu na imprensa e nas redes sociais, que pediam justiça pela morte do rapaz. Em 5 de fevereiro, foram organizados protestos em capitais brasileiras, como Curitiba, e que virou polêmica pela entrada em um templo religioso. Ao identificarem o vereador Renato Freitas como um dos ocupantes, ele afirmou à época que a manifestação seria encerrada em uma “igreja feita por pretos e para os pretos”.
Após isso, a Câmara Municipal da capital paranaense levou o caso ao Conselho de Ética. Em março, a Arquidiocese de Curitiba chegou a solicitar que o vereador petista não perca o mandato.