Lula sobre responsabilidade fiscal: ‘Vai cair a bolsa e aumentar o dólar, paciência’
Presidente eleito criticou o atual teto de gastos e falou que é necessário pensar em responsbilidade social, e não fiscal.
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falou sobre responsabilidade fiscal na COP27, conferência das Nações Unidas sobre o clima, realizada no Egito. O futuro chefe de estado brasileiro criticou o atual teto de gastos e afirmou: “Se eu falar isso, vai cair a bolsa e aumentar o dólar, paciência”.
Para Lula, é necessário pensar em responsabilidade social, e não fiscal. “Se o teto de gastos fosse para não pagar juros para o sistema financeiro e manter as políticas sociais, tudo bem. Mas no teto de gastos tira-se dinheiro da saúde, da educação, da ciência e tecnologia e da cultura”, argumentou o petista.
Na última semana, o mercado financeiro reagiu mal às declarações de Lula que criticaram o teto de gastos, com queda da bolsa de valores brasileira e aumento do dólar comercial. Sobre a repercussão, Lula falou: “Se eu falar isso, vai cair a bolsa e vai aumentar o dólar, paciência. O dólar não aumenta e a bolsa não cai por conta das pessoas sérias, mas por conta dos especuladores”.
O teto de gastos é um dos principais assuntos desde o início do processo de transição para o governo Lula.
O governo eleito articula com o Congresso Nacional para elaborar uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que viabiliza o Bolsa Família em R$ 600 no ano que vem.
Para isso, o orçamento para 2023 deve ser alterado, com a despesa para o programa de transferência de renda ser colocada fora do teto de gastos.
TRANSIÇÃO PARA O GOVERNO LULA
A transição para o governo Lula é coordenada pelo vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB). O grupo deve receber detalhes sobre a gestão de Jair Bolsonaro (PL) nos últimos quatro anos.
Segundo a lei, em um período de dois meses o presidente eleito deve se inteirar sobre o funcionamento de órgãos que compõem a administração pública federal, com o objetivo de preparar os primeiros atos do mandato após a posse.
Ao todo, serão mais de 30 equipes de trabalho durante a transição para o governo Lula, cuja posse está marcada para o dia 1º de janeiro de 2023. Doze partidos compõem o conselho político dessa transição, são eles:
- PT (Partido dos Trabalhadores)
- PSB (Partido Socialista Brasileiro)
- PDT (Partido Democrático Trabalhista)
- PV (Partido Verde)
- PCdoB (Partido Comunista do Brasil)
- PSOL (Partido Socialismo e Liberdade)
- Rede Sustentabilidade
- PSD (Partido Social Democrático)
- Agir
- PROS (Partido Republicano da Ordem Social)
- Avante
- Solidariedade