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Governo exonera coordenadores de saúde indígena após tragédia yanomâmi

Governo exonera coordenadores de saúde indígena após tragédia yanomâmi

Lula criticou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por priorizar as motociatas e ter “abandonado” os ianomâmis.

Narley Resende - segunda-feira, 23 de janeiro de 2023 - 08:25

Após decretar emergência no território ianomâmi, o governo Lula exonerou hoje 11 coordenadores distritais de saúde indígena do Ministério da Saúde. As demissões foram publicadas no Diário Oficial da União e são assinadas pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa.

Um dos exonerados exercia o cargo no leste de Roraima, estado visitado pelo presidente no fim de semana. Lula criticou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por priorizar as motociatas e ter “abandonado” os ianomâmis.

“É desumano o que eu vi aqui. Sinceramente, se o presidente que deixou a Presidência esses dias em vez de fazer tanta motociata tivesse vergonha e viesse aqui uma vez, quem sabe esse povo não tivesse tão abandonado como está”, afirmou o presidente. 

Lula disse que priorizará o atendimento à saúde e transporte público para população. “A primeira coisa que nós vamos ter que fazer é garantir transporte”, afirmou.

O Ministério da Saúde decretou estado de emergência para combater a falta de assistência sanitária que atinge os ianomâmis. Por meio de um Centro de Operações de Emergências, o ministério quer “planejar, organizar, coordenar e controlar as medidas a serem empregadas”. 

Mais de 500 crianças ianomâmis morreram por contaminação por mercúrio, desnutrição e fome, “devido ao impacto das atividades de garimpo ilegal na região”, segundo o Ministério dos Povos Indígenas. 

A região é palco de confrontos violentos e frequentes entre garimpeiros e os indígenas, além de denúncias de negligência do governo do Estado e da antiga gestão Bolsonaro.

Conforme mostrou o colunista do UOL Jamil Chade, o governo de Jair Bolsonaro escreveu cartas para as entidades internacionais dando garantias de que os ianomâmis estavam sendo atendidos e que programas específicos sobre a saúde do grupo tinham sido implementados. O relato do governo, no entanto, contrasta com as imagens que circularam o mundo.

Foram exonerados: 

  • Gabriel Ribeiro Santos (Minas Gerais e Espírito Santo); 
  • Alexandre Rossettini de Andrade Costa (Interior Sul);
  •  Adilton Gomes Assunção (Bahia); 
  • Ruy de Almeida Monte Neto (Ceará); 
  • Eloy Angelo dos Santos Bernal (Porto Velho); 
  • Alberto Jose Braga Goulart (Maranhão); 
  • Luiz Antonio de Oliveira Junior (Mato Grosso do Sul); 
  • Audimar Rocha Santos (Cuiabá); 
  • Marcio Sidney Sousa Cavalcante (Leste de Roraima); 
  • Atila Rocha de Oliveira (Parintins); 
  • Igle Monte da Silva (Alto Rio Juruá).

 

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