Glenn Greenwald é denunciado pelo MPF por auxiliar na invasão à celulares de autoridades
Glenn Greenwald, fundador do Intercept, foi denunciado pelo MPF (Ministério Público Federal) ao lado de outras seis pess..
Glenn Greenwald, fundador do Intercept, foi denunciado pelo MPF (Ministério Público Federal) ao lado de outras seis pessoas nesta terça-feira (21). Segundo a denúncia, o jornalista teve envolvimento nos ataques feitos por hackers contra autoridades ligadas à Operação Lava Jato, como Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa em Curitiba, e o ministro Sergio Moro, da Justiça e Segurança Pública. Outras seis pessoas, investigadas na Operação Spoofing, deflagrada em julho de 2019, também foram denunciadas.
Walter Delgatti Netto e Thiago Eliezer Martins Santos eram os líderes do grupo, enquanto Danilo Cristiano Marques proporcionada os meios materiais para que Walter executasse os crimes. Além deles, Gustavo Henrique Elias Santos era o programador do grupo que desenvolveu técnicas para a invasão do Telegram. Suelen Oliveira, esposa de Gustavo, “recrutava” nomes para participarem dos crimes. Por fim, Luiz Molição foi porta-voz do grupo nas conversas com Glenn, além de invadir terminais informáticos e aconselhar Walter.
Glenn “auxiliou, incentivou e orientou o grupo durante o período das invasões”, diz trecho da denúncia assinada pelo procurador Wellington Divino de Oliveira. Contudo, o MPF deixa claro que o jornalista “não era alvo das investigações”, mas que encontrou um áudio de diálogo entre Molição e Glenn durante a análise de um MacBook apreendido.
Além disso, vale lembrar que o ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal) proibiu investigações sobre Glenn no ano passado. Por causa disso, a Operação Spoofing pede a condenação de todos os denunciados, com exceção de Glenn, por lavagem de dinheiro. Além disso, o MPF ainda diz que o grupo teve práticas de organização criminosa e interceptações telefônicas.
Ao todo, a operação comprovou 126 interceptações telefônicas, telemáticas ou de informática e 176 invasões de dispositivos tecnológicos, resultando na obtenção de informações sigilosas.
Organograma apresentado pelo MPF. (Divulgação / MPF)
Por fim, o MPF ainda diz que Molição firmou acordo de colaboração premiada com o órgão, prevendo o não oferecimento de denúncia contra si. No entanto, a principal prova apresentada pelo denunciado foi um aparelho celular que estava vazio, sem elementos novos para as investigações. Contudo, como ele apresentou declarações que reforçam a participação de Thiago Eliezer no esquema criminoso, o MPF pediu a redução de pena do acusado em 2/3, com cumprimento em regime aberto.
O órgão ainda solicitou à Justiça pela manutenção das prisões de Walter Delagati e Thiago Eliezer dos Santos, além de reforçar que as investigações continuam afim de esclarecer uma possível existência de mandantes ou lucros financeiros a partir das invasões.
- Leia a íntegra da denúncia MPF
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