Foz se prepara para ser centro do turismo e logística do Mercosul
Cidade da tríplice fronteira deverá receber grandes obras de infraestrutura para os próximos dois anos, aponta o prefeito Chico Brasileiro.
A cidade de Foz do Iguaçu, na região da Tríplice Fronteira, se prepara para se consolidar como um dos principais destinos turísticos do mundo e a central logística do Mercosul. Essa é a visão do prefeito do município, Chico Brasileiro (PSD).
O prefeito ressalta a entrega de grandes obras de infraestrutura para os próximos dois anos.
“Todas as semanas, recebemos empresários interessados em investir em Foz do Iguaçu. Atualmente são mais de R$ 3 bilhões de empreendimentos imobiliários, hoteleiros, novos atrativos, na saúde e até grandes empresas que estão se instalando na cidade por sua localização estratégica e potencial turístico e logístico”, avalia.
Em entrevista, Chico Brasileiro ainda registra o conjunto de obras municipais, com destaque na pavimentação e na educação, alerta sobre o aumento dos casos de Covid e diz ainda sobre as expectativas com os governos de Ratinho Junior (PSD) e de Lula (PT).
Confira a entrevista completa com o prefeito de Foz, Chico Brasileiro.
Vencemos a pandemia?
Chico Brasileiro – Ainda não, infelizmente. O que temos claro é a eficácia da vacina e a nossa recomendação expressa é para quem ainda não se vacinou, em algumas das etapas prescritas, que busque uma unidade de saúde mais próxima de sua casa e vacine-se. Em Foz do Iguaçu com o aumento considerável de casos, o Comitê de Enfrentamento à Covid-19 revisou os equipamentos, fluxos e protocolos de contenção à doença.
Somente na última semana, foram mais de 400 novos casos, de pacientes entre três meses e 90 anos de idade. Cerca de 350 estão em isolamento e outros 54 já encerraram o período. Hoje nós temos a vacina como uma importante aliada para o combate. Precisamos que todos tenham essa consciência e completem o ciclo vacinal. Somente assim vamos poder enfrentar esse quadro de aumento de casos e evitar que sejam necessárias outras medidas.
O combate à covid foi a prioridade nos últimos dois anos?
O ano de 2021 foi muito difícil para todos nós. Tivemos que tomar medidas restritivas, porém corretas e necessárias naquele momento. Estruturamos também o sistema público de saúde, principalmente o hospital municipal com reforma e ampliação para atendimento digno aos acometidos pela covid. Fomos atrás da vacina, a vacina veio, conseguimos lotes extras e fomos uma das primeiras cidades brasileiras a vacinar 90% da população. Sabíamos da eficácia da vacina como o melhor remédio para evitar a doença e seu contágio. Com a vacina, o quadro mudou rapidamente e tivemos 2022, um grande ano de recuperação.
Mesmo com a covid, a prefeitura não parou, as obras continuaram em todos os bairros…
Em 2022, a cidade voltou ao normal, sua economia e suas principais atividades, como o turismo, estão em franca recuperação. Estamos tocando o maior programa de pavimentação da história da cidade. São mais de 450 quilômetros de asfalto, o equivalente à distância entre Foz e Ponta Grossa. Temos um conjunto de obras com novas creches, novas escolas, além das reformas e ampliações, praças esportivas e de lazer, unidades de valorização de recicláveis. Tivemos a segunda edição do Orçamento Participativo, com mais de R$ 50 milhões de investimentos, onde os moradores escolhem as obras prioritárias para serem executadas.
O senhor também colocou a educação como prioridade de governo?
Além das obras físicas, das creches e escolas, somos líderes do Ideb, estamos ampliando o ensino integral para mais três escolas, implantando o ensino de língua estrangeira, inglês e espanhol, vamos chegar na fase do cartão material escolar, uma referência para outras cidades, e no próximo ano, teremos o cartão leitura. Vamos implantar os biodigestores em todas as escolas, contratamos mais professores, através de concurso público, para atender a demanda dos novos Cmeis, compramos novos ônibus, ampliamos a merenda escolar e entregamos livros para os estudantes e professores. Temos uma educação pública de ponta devido ao empenho das equipes pedagógicas, diretores e professores.
Teve um trabalho de apoio aos empreendedores e na rapidez na abertura de empresas?
Essa é uma outra referência nacional. Com o programa central, o Foz Desenvolve, temos diversos outros programas, como o Destrava Foz, que vem agilizar e desburocratizar a abertura de novas empresas, criamos programa para contratação de profissionais para executarem pequenos reparos nas escolas, postos de saúde e próprios públicos.
Batemos o recorde estadual, através do Banco do Empreendedor, com mais de R$ 5,8 milhões em empréstimos a micro e pequenas empresas. Com o apoio do Sebrae, Sincofoz e Acifi, incentivamos e apoiamos os microempreendedores através da central do empreendedor, escritório de compras e uma diretoria exclusiva para o empreendedorismo.
O senhor falou do setor produtivo e Foz nunca recebeu tantos investimentos privados.
Todas as semanas, recebemos empresários interessados em investir em Foz do Iguaçu. Atualmente são mais de R$ 3 bilhões de empreendimentos imobiliários, hoteleiros, novos atrativos, na saúde e até grandes empresas que estão se instalando na cidade por sua localização estratégica e potencial turístico e logístico. O setor produtivo é o grande parceiro nesta retomada e consolidação da nossa economia nas áreas de turismo, logística, comércio e serviços.
O nosso apoio também está na interligação entre as vias do corredor turístico – como a revitalização das avenidas Costa e Silva, República Argentina e General Meira – e entre os bairros da cidade, fomentando os setores do comércio e de serviços.
O que o senhor espera do governo Ratinho Junior para os próximos quatro anos?
O governador Ratinho Júnior, por reiteradas vezes, já afirmou que gosta muito de Foz do Iguaçu e é um grande parceiro nas áreas de saúde, educação, habitação e infraestrutura. Vamos continuar contando com seu apoio nesse projeto estratégico de transformar Foz na grande central logística da América do Sul. Temos grandes projetos estaduais para Foz do Iguaçu, entre eles, a construção do ramal da Ferroeste de Cascavel até aqui. De imediato vai nos apoiar na construção do viaduto do CTG Charrua, da trincheira entre a Vila Portes e o Jardim Jupira, a revitalização do trecho urbano da Avenida e a ainda com a implantação do ensino integral nas escolas dos ensino fundamental e médio.
E do governo Lula?
Eu tenho certeza que a Itaipu Binacional vai continuar a nossa grande parceira com novas obras e investimentos, já adiantados pelo próprio presidente Lula, nas áreas de turismo, meio ambiente, cultura e social. Já estamos conversando sobre nova lista de obras e apoio para diversos projetos. Também tenho certeza da continuidade do pagamento dos royalties às cidades lindeiras, recursos fundamentais às prefeituras para o custeio de áreas prioritárias como a saúde e educação.
Com seu foco na área social, vamos ter um grande apoio em programas de combate à fome, à miséria e à pobreza, o que vai contribuir para reduzir as desigualdades sociais que afetam não só Foz do Iguaçu como a maioria das cidades brasileiras. A Itaipu Binacional e o governo Lula serão grandes parceiros nas transformações que Foz ainda precisa.
E para a prefeitura, como serão os próximos dois anos?
Serão dois anos de grandes entregas. A segunda ponte já está concluída e serão concluídas as obras complementares dos acessos à ponte e à Argentina. A Perimetral Leste também será concluída com os viadutos da Felipe Wandscheer e da República Argentina. Vamos entregar a duplicação da Avenida das Cataratas, o nosso principal corredor turístico. Também estaremos entregando as novas escolas, creches, áreas de lazer, o novo conjunto habitacional e concluir o nosso plano de pavimentação de asfaltar todas as ruas do perímetro urbano da cidade.
Foz do Iguaçu terá nova configuração urbana e teremos novos desafios de fazer novas ligações entre as regiões da cidade, principalmente entre a leste e oeste, teremos um novo plano de mobilidade urbana e vamos resolver esse gargalo do transporte coletivo, oferecendo um sistema de melhor eficiência e qualidade.
E o futuro de Foz?
Foz do Iguaçu já reúne todas as condições e eu já a considero uma das maiores cidades do país e do continente. Com todas as obras entregues, vamos ampliar a nossa capacidade de receber um número bem maior de turistas. Teremos novos atrativos e novas opções de visitas no Parque Nacional do Iguaçu. Caminhamos também para consolidar a maior central de logística do Mercosul. O atual porto seco já tem números muito significativos – movimento de 180 mil cargas e US$ 5 bilhões por ano. Com o novo porto seco, os novos modais aéreo e ferroviário no transporte de cargas, seremos uma das maiores economia do país. Toda essa riqueza tem se traduzido em melhor qualidade da nossa população e num estado de bem estar social ao alcance de todos.
