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Fachin diz que “quem trata das eleições são as forças desarmadas”

Fachin diz que “quem trata das eleições são as forças desarmadas”

A fala é uma resposta ao presidente Jair Bolsonaro (PL), que chegou a dizer que as Forças Armadas vão estar presentes na eleição de outubro deste ano.

Redação - quinta-feira, 12 de maio de 2022 - 16:07

Luiz Edson Fachin, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) afirmou nesta quinta-feira (12) que “quem trata das eleições são as forças desarmadas“. A fala do ministro é uma resposta às afirmações do presidente Jair Bolsonaro (PL), que chegou a dizer que as Forças Armadas vão estar presentes na eleição de outubro deste ano.

O presidente da República, durante as últimas semanas, tem repetido que as instituições militares não serão apenas espectadoras da eleição e que irão participar do processo. 

As declarações causam nova instabilidade entre os poderes Executivo e Judiciário. Durante um teste público de segurança das urnas eletrônicas, Fachin afirmou que quem é responsável pelo resultado final processo eleitoral é a Justiça Eleitoral.

“A contribuição que se pode fazer é uma contribuição de acompanhamento do processo eleitoral. Quem trata de eleições são ‘forças desarmadas’, portanto, as eleições dizem respeito à população civil. Diálogo sim, colaboração sim. Mas quem dá a palavra final é a Justiça Eleitoral”, disse Fachin.

AS FORÇAS ARMADAS NAS ELEIÇÕES DESTE ANO

Nas últimas semanas, o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), tem falado publicamente que as Forças Armadas irão participar das eleições que acontecem em outubro deste ano.

Sem especificar como seria essa participação, Bolsonaro afirma que as instituições não serão meras espectadoras, e que vão estar ativas na realização do pleito.

O presidente disse que as Forças Armadas “sabem como proceder” e que “não pode haver suspeição sobre o resultado final das eleições”, questionando a legitimidade do processo.

Antes dessas declarações públicas, o Ministério da Defesa chegou a emitir uma nota oficial sobre uma afirmação do ministro do STF, Luís Roberto Barroso, em que ele diz que os militares são orientados a desacreditar no processo eleitoral.

Na ocasião, o MD definiu a declaração como uma “ofensa grave e irresponsável”, e afirmou que as eleições são “questão de soberania e segurança nacional”.

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