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Deltan depõe à PF por uma hora e meia para explicar críticas ao TSE

Deltan depõe à PF por uma hora e meia para explicar críticas ao TSE

A Polícia Federal abriu inquérito para apurar a conduta de Dallagnol após o ex-deputado afirmar, sem provas, que o TSE combinou o resultado do julgamento dele

Redação - segunda-feira, 5 de junho de 2023 - 16:15

O ex-deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR) prestou depoimento à Polícia Federal nesta segunda-feira (5) em audiência que durou aproximadamente uma hora e meia. Ele prestou esclarecimentos sobre ofensas feitas por ele ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Uma nota divulgada pela assessoria do ex-parlamentar afirma que “todas as perguntas feitas pela Polícia Federal foram respondidas”. Deltan não revelou o teor das questões porque o inquérito é sigiloso. O ex-procurador, no entanto, disse que solicitou que o sigilo seja retirado.

Em maio, por unanimidade, a Corte indeferiu o registro de candidatura por entender que o ex-procurador burlou a Lei da Ficha Limpa ao pedir exoneração do MPF (Ministério Público Federal) com reclamações disciplinares pendentes de julgamento.

O ex-procurador da Lava Jato afirmou, em entrevistas, que os sete ministros do TSE combinaram nos bastidores a decisão de retirar seu mandato antes mesmo de o tema ser julgado pelo plenário da corte.

Ao ministro Benedito Gonçalves, relator do processo no TSE, as críticas foram mais duras. “O ministro condutor do voto trouxe um voto que objetiva entregar a minha cabeça em troca da perspectiva de fortalecer a sua candidatura ao Supremo”, disse Deltan.

O depoimento de Deltan Dallagnol estava previsto para a última sexta-feira (2), mas foi remarcado para o início desta semana. Segundo a assessoria de imprensa do ex-deputado, ele só teve acesso à razão da investigação no momento do depoimento.

“O deputado pediu ao seu advogado que solicite ao STF que o sigilo sobre o feito seja levantado, em prestígio à publicidade dos atos públicos e valorização da transparência”, dizia a nota.

Segundo Deltan Dallagnol, ele foi intimado para “depor como investigado sobre uma entrevista que fez como parlamentar, com relação a fatos relacionados à sua atividade, exercendo seu direito e protegido por sua imunidade sobre opiniões e palavras”.

A Polícia Federal abriu inquérito para apurar a conduta de Dallagnol após o ex-deputado afirmar, sem provas, que o TSE combinou o resultado do julgamento dele.

O ex-procurador disse, ainda, que o relator Benedito Gonçalves articulou por interesses próprios. “Entregou minha cabeça por vaga no STF”, disse à Folha de S. Paulo.

O relator do caso é o ministro Alexandre de Moraes, que preside o Tribunal Superior Eleitoral.

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