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Celso de Mello decide sobre sigilo do vídeo de reunião ministerial até o fim da tarde

Celso de Mello decide sobre sigilo do vídeo de reunião ministerial até o fim da tarde

O STF (Supremo Tribunal Federal), informou através de sua assessoria, na noite desta quinta-feira (21), que o Ministro C..

Ana Cláudia Freire - sexta-feira, 22 de maio de 2020 - 10:03

O STF (Supremo Tribunal Federal), informou através de sua assessoria, na noite desta quinta-feira (21), que o Ministro Celso de Mello deverá tornar pública a sua decisão sobre o sigilo da gravação da reunião ministerial, citada pelo ex-ministro Sergio Moro, no momento de sua demissão, que comprovaria a interferência do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), nas decisões da PF (Polícia Federal).

O vídeo da reunião, que aconteceu no dia 22 de abril, faz parte do inquérito aberto pelo STF a pedido da PGR (Procuradoria Geral da República), para investigar as acusações feitas pelos ex-ministro.

Nesta quinta-feira (21), o presidente  Jair Bolsonaro afirmou em redes sociais que o vídeo irá mostrar que  não houve nenhuma interferência da parte dele, na Polícia Federal.

A  Advocacia-Geral da União (AGU) e a Procuradoria-Geral da República (PGR) defendem que o ministro deve levantar somente o sigilo das falas do presidente. Já a defesa do ex-ministro Sergio Moro defende que o vídeo deve ser divulgado na íntegra.

MORO NÃO APOIOU BOLSONARO 

A defesa de Moro afirma que as falas de ameaça de  Bolsonaro foram direcionadas a Moro durante a reunião, pelo fato do ex-ministro não ter apoiado diversas condutas do presidente.

Além da questão do comando da PF, são citadas a falta de apoio na presença de Bolsonarono ato do dia 19 de abril, nas manifestações contra o distanciamento social e minimizando a gravidade da pandemia do coronavírus.

“A divulgação integral do conteúdo da gravação permitirá verificar que as declarações do Presidente da República foram, sim, direcionadas ao Ministro da Justiça, especialmente por este: a) não ter apoiado a ida do Presidente da República ao ato de 19 de abril; b) não ter apoiado o Presidente da República em suas manifestações contrárias ao distanciamento social; c) não ter apoiado as declarações públicas do Presidente da República de minimizar a gravidade da pandemia; d) não ter concordado com a interferência do Presidente da República na PF do Rio de Janeiro e na Direção-Geral”, diz trecho do documento.

INTERFERÊNCIA POLÍTICA DE BOLSONARO NO COMANDO DA PF

As acusações de interferência política contra Bolsonaro foram feitas por Moro durante sua demissão do Ministério da Justiça e da Segurança Pública no dia 24 de abril.

Em seguida, um inquérito foi aberto para apurar se de fato houve interferência por parte do presidente na PF. Durante seu depoimento, Moro afirmou que Bolsonaro pressionou a troca do comando do Rio de Janeiro durante a reunião ministerial.

Por isso, Celso de Mello determinou que o governo entregasse a gravação. Até o momento, o vídeo é mantido em sigilo.

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