Câmara mantém processo contra Renato Freitas após áudios
Parlamentar pediu arquivamento ao Conselho de Ética após vazamento de declarações do Jornalista Márcio Barros (PSD).
A Câmara Municipal de Curitiba (CMC) manteve o processo contra o vereador Renato Freitas (PT). O parlamentar pediu o arquivamento ao Conselho de Ética nesta quarta-feira (27) após vazamento de áudios do Jornalista Márcio Barros (PSD).
O conteúdo mostra que Barros diz ter quatro votos favoráveis à cassação do petista, contando com o dele, e que deveria ser feito pressão na vereadora Noemia Rocha (MDB) para que ela votasse da mesma maneira.
Após a divulgação dos áudios, Márcio Barros apresentou um requerimento desistindo da vaga no colegiado e deixou de ser um dos parlamentares que julgará Freitas.
O caso foi levado ao presidente do Conselho de Ética da Câmara, Sidnei Toaldo (Patriota), que recusou o pedido de suspeição e manteve o Processso Ético-Disciplinar (PED) contra Renato Freitas por quebra de decoro parlamentar ao ocupar um templo religioso.
“Proceder a uma deliberação [sobre o mandato de Renato Freitas], nessas condições, é um tremendo risco. A única saída possível é o Márcio Barros declinar o nome dos três outros vereadores que ele declara já terem seu voto decidido pela cassação – e aqui está o problema jurídico – antes das alegações finais”, afirmou Guilherme Gonçalves, advogado de defesa.
Com a manutenção, a defesa do vereador tem como prazo final para se manifestar até sexta-feira (29).
CÂMARA JULGA RENATO FREITAS POR MANIFESTAÇÃO APÓS MORTE DE IMIGRANTE
Em 24 de janeiro de 2022, o imigrante congolês Moïse Mugenyi Kabagambe foi assassinado após ser agredido no quiosque Tropicália, na praia da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.
Ele chegou a trabalhar no local e era remunerado por dia de serviço. A confusão ocorreu após ele cobrar por dois dias não pagos. De acordo com o Instituto Médico Legal (IML), a causa da morte foi por traumatismo do tórax.
O crime repercutiu na imprensa e nas redes sociais, que pediam justiça pela morte do rapaz. Em 5 de fevereiro, foram organizados protestos em capitais brasileiras, como Curitiba, e que virou polêmica pela entrada em um templo religioso. Ao identificarem o vereador Renato Freitas como um dos ocupantes, ele afirmou à época que a manifestação seria encerrada em uma “igreja feita por pretos e para os pretos”.
Após isso, a Câmara Municipal da capital paranaense levou o caso ao Conselho de Ética. No último mês, a Arquidiocese de Curitiba chegou a solicitar que o vereador petista não perca o mandato.