Câmara de Curitiba cassa novamente o mandato de Renato Freitas
Parlamentares devem confirmar a perda do mandato do vereador do PT em segundo turno, na sexta-feira (5). Placar foi semelhante ao da votação suspensa em junho.
A Câmara Municipal de Curitiba (CMC) cassou pela segunda vez o mandato do vereador Renato Freitas (PT), nesta quinta-feira (4). Desta vez, foram votos 23 favoráveis e sete contrários à perda do cargo. Amanhã (5), os parlamentares devem confirmar a cassação em segundo turno.
O petista responde a um PED (Processo Ético Disciplinar) por quebra de decoro parlamentar ao ocupar um templo religioso em uma manifestação. Em junho, Freitas já havia perdido o mandato por um placar semelhante: 25 vereadores favoráveis e sete contrários. Eram necessários pelo menos 20 votos entre os 38 parlamentares, o que corresponde à maioria absoluta.
No entanto, a votação foi suspensa após decisão da desembargadora Maria Aparecida Blanco de Lima, da 4ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR).
A nova sessão começou às 9 horas da manhã desta quinta-feira. Durante a reunião, vereadores a favor e contrários à cassação discursaram em plenário.
Denian Couto (Podemos) defendeu a perda do mandato do petista, como prevê o regimento interno interno da CMC: “O que nos governa é o decoro. Fora do decoro: punição”.
Já Professora Josete (PT) argumentou que a cassação se dá por outros motivos além da quebra de decoro parlamentar: “Em mais de 300 anos de história da Câmara Municipal de Curitiba, nenhum vereador ou vereadora foi cassado. Mesmo quem foi corrputo, mesmo quem cometeu assédio sexual, racismo e formação de quadrilha, não foi cassado”.
Em resposta durante seu discurso, Denian aumentou o tom de voz: “A Câmara Municipal precisa corrigir o seu passado, vereadora Professora Josete. Mas eu não estava aqui, a senhora estava. Se aqui estivesse, teria trabalhado pela cassação de todos os vereadores que cometeram atos ilícitos”. Josete rebateu e disse que trabalhou no mesmo sentido.
RENATO FREITAS É JULGADO POR MANIFESTAÇÃO APÓS MORTE DE IMIGRANTE
O vereador Renato Freitas (PT) é alvo de um Processo Ético Disciplinar (PED) por ocupar um templo religioso em Curitiba, em fevereiro deste ano, numa manifestação após a morte do imigrante congolês Moïse Mugenyi Kabagambe.
O petista foi uma das pessoas que entrou na Igreja do Rosário, no Largo da Ordem, no final do protesto. À época, ele afirmou que a mobilização seria encerrada em uma “igreja feita por pretos e para os pretos”.
Segundo o padre Luiz Haas, uma missa estava sendo celebrada no momento da ação, que foi classificada pelos religiosos como invasão.
Renato Freitas negou que estava à frente da manifestação e que a ação foi uma invasão. Segundo ele, a missa já estava encerrada e a Igreja estava aberta.
Em março, a Arquidiocese de Curitiba se posicionou contrária à cassação do mandato do petista.