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Bolsonaro está com 2º pacote de joias trazidas ilegalmente ao país, diz jornal

Bolsonaro está com 2º pacote de joias trazidas ilegalmente ao país, diz jornal

Os itens pertencem à marca de luxo suíça Chopard e foram computados como bens pessoais de Bolsonaro, enquanto deveriam ser patrimônio do Estado, conforme a legislação.

Narley Resende - quarta-feira, 8 de março de 2023 - 09:45

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu pessoalmente e está com um segundo pacote de joias dado pelo governo da Arábia Saudita ao então chefe do Executivo brasileiro, e que foi trazido de forma ilegal para o país. A informação é do jornal Estado de S.Paulo.

Segundo a GloboNews, policiais federais já tiveram acesso a um documento que aponta que os itens foram computados como bens pessoais de Bolsonaro. No entanto, a legislação diz que deveriam ser patrimônio do Estado.

Conforme o jornal, Bolsonaro recebeu das mãos da comitiva do então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, o segundo pacote com as joias.

No total, o conjunto é composto por um relógio com pulseira em couro, par de abotoaduras, caneta rosa gold, anel e um masbaha (espécie de rosário islâmico) rosa gold — todos os itens pertencem à marca de luxo suíça Chopard.

Ao Estadão, o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, que era um dos assessores mais próximos de Bolsonaro, afirmou que o estojo está guardado no “acervo privado” do ex-presidente.

As joias entraram no Brasil sem serem declaradas à Receita Federal e, portanto, foram trazidas ilegalmente pela comitiva do governo, o que configura crime.

O governo Bolsonaro também tentou fazer com que outro conjunto de joias, este avaliado em R$ 16,5 milhões, que seria para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro entrasse de forma ilegal no Brasil, mas as peças de diamantes foram barradas pela Receita no aeroporto internacional de Guarulhos (SP), em outubro de 2021.

Segundo reportagem da GloboNews, além de incluir o documento no inquérito, a PF ouvirá os funcionários que fizeram o transporte do material e vai apurar se Bolsonaro levou as joias para fora do país.

Em nota, o advogado de Jair Bolsonaro, Frederick Wasseff, afirmou que o ex-presidente “agiu dentro da lei”, e “declarou oficial os bens de caráter personalíssimo recebidos em viagens, não existindo qualquer irregularidade em suas condutas”.

“Estão tirando certas informações de contexto, gerando mal-entendido e confusão para o público. Como jamais existiu qualquer escândalo ou um único caso de corrupção durante os quatro anos de governo Bolsonaro, buscam hoje, a qualquer custo, criar diversas narrativas que não correspondem a verdade, em verdadeira perseguição política ao presidente Bolsonaro”, diz a defesa do ex-presidente.

O Estadão diz que teve acesso a um documento assinado em 29 de novembro de 2022 pelo funcionário Rodrigo Carlos dos Santos que comprovaria a entrega das joias. No documento, há um item que questiona se Bolsonaro visualizou o item, e a resposta é “sim”.

Antes de ser entregue a Bolsonaro, o estojo ficou por mais de um ano nos cofres do Ministério de Minas e Energia. O então chefe da pasta, Bento Albuquerque, infringiu as leis brasileiras ao não declarar a existência do estojo à Receita.

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