Geral
Augusto Aras pede ao STF investigação das denúncias feitas por Sergio Moro

Augusto Aras pede ao STF investigação das denúncias feitas por Sergio Moro

Após as denúncias feitas pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, contra o presidente da República,..

Jorge de Sousa - sexta-feira, 24 de abril de 2020 - 18:48

Após as denúncias feitas pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, contra o presidente da República, Jair Bolsonaro, o procurador-geral da República, Augusto Aras, pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal) para investigar as acusações.

Aras especificou que a investigação deve analisar os crimes de falsidade ideológica, coação no curso do processo, advocacia administrativa, prevaricação, obstrução de justiça, corrupção passiva privilegiada, denunciação caluniosa e crime contra a honra.

No inquérito, Aras cita que “a dimensão dos episódios narrados revela a declaração de Ministro de Estado de atos que revelariam a prática de ilícitos, imputando a sua prática ao Presidente da República, o que, de outra sorte, poderia caracterizar igualmente o crime de denunciação caluniosa”.

DENÚNCIA DE ARAS PODE VIRAR MANDADO DE SEGURANÇA

Caso o STF aceite a denúncia realizada pela PGR, o órgão pode encaminhar para a Câmara dos Deputados um Mandado de Segurança citando Jair Bolsonaro.

Dessa forma, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, terá 15 dias úteis para analisar o Mandado de Segurança e decidir se coloca o mesmo em votação no plenário.

O Mandado de Segurança emitido pelo STF pode inclusive pedir o impeachment de Bolsonaro, que deve seguir o rito de análise por Maia, seguido pela votação em plenário.

MORO DEIXOU MINISTÉRIO ACUSANDO BOLSONARO

Na manhã desta sexta-feira, Sergio Moro deixou o cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública apontando que Jair Bolsonaro interferiu em decisões da Polícia Federal.

“Seria um tiro na Lava Jato se houvesse substituição, então, não me senti confortável. Tenho que preservar o compromisso que assumi inicialmente com o próprio presidente. Nós temos que garantir o respeito a lei e a própria autonomia da PF contra interferências políticas”, pontuou Moro.

O estopim apontado por Moro para sua saída do cargo foi a exoneração de Maurício Valeixo da Polícia Federal ter sido publicada no Diário Oficial da União com a assinatura do ex-ministro, sem que ele tivesse sido comunicado.

“Nunca isso voluntariamente, mas sim, decorrente da pressão que não é apropriada (…) a exoneração eu fiquei sabendo pelo DOU, em nenhum momento o diretor apresentou um pedido formal de exoneração. Eu não assinei, essa exoneração foi feita de madrugada”, finalizou Moro.

Compartilhe