Appio recorre ao CNJ para voltar às atividades como juiz da Lava Jato
O magistrado protocolou uma representação nesta sexta-feira (26) para voltar a atuar nos processos da Operação Lava Jato.
O juiz federal Eduardo Appio, responsável pelos processos da Operação Lava Jato, recorreu ao CNJ (Conselho Nacional de Justiça) para voltar executar a função na 13.ª Vara Federal de Curitiba. O magistrado protocolou uma representação nesta sexta-feira (26).
Ele foi afastado cautelarmente pelo TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4.ª Região) na última segunda-feira (22).
POR QUE APPIO FOI AFASTADO DA LAVA JATO
A decisão do TRF4 atendeu um pedido do desembargador Marcelo Malucelli. A alegação é de que Appio extrapolou os limites da função ao ligar, fora do horário de expediente, para o filho do magistrado.
A intenção era confirmar o parentesco entre eles, uma vez que o filho do desembargador teria ligações com o senador Sergio Moro (União). João Eduardo Malucelli seria sócio do ex-juiz federal em um escritório de advocacia sediado em Curitiba.
O parlamentar, que até 2018 era o juiz responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância, foi acusado de extorsão pelo advogado Rodrigo Tacla Duran. O desembargador, por sua vez, teria atuado em benefício do Moro ao publicar decisões desfavoráveis a Tacla Duran.
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GABRIELA HARDT VOLTOU
Com o afastamento de Appio, a juíza substituta Gabriela Hardt assumiu novamente a 13ª Vara da Justiça Federal do Paraná desde a terça-feira (23).
Hardt já havia sido substituta do ex-juiz Sergio Moro durante processos da Lava Jato. Em 2019, ela condenou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no caso do sítio de Atibaia – sentença que foi anulada pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
Contudo, Hardt se inscreveu em um concurso de remoção e pode deixar a Lava Jato.