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Paraná terá primeira refinaria de biometano com resíduos da suinocultura
Foto: divulgação

Paraná terá primeira refinaria de biometano com resíduos da suinocultura

A planta está sendo construída em Toledo, no oeste do estado

Francine Lopes - domingo, 3 de dezembro de 2023 - 11:30

O Paraná vai ter a  primeira refinaria de combustível 100% renovável  com operação de a partir de resíduos da suinocultura do Brasil. A planta está sendo construída em Toledo, no oeste do estado. 

O Brasil possui seis plantas de biometano autorizadas pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), e nenhuma utiliza resíduos da suinocultura. O biometano pode ser usado para mover veículos, assim como o GNV, também pode ser usado na indústria e nas residências, para fogão, aquecimento, etc.

O Grupo Rejaile anunciou, em novembro deste ano, o investimento de R$ 50 milhões na produção de biometano. A previsão é de que a planta comece a operar  em 2026 e tenha uma produção de 3 milhões de m³ de biometano por ano. O diretor do grupo, Jefferson Rejaile, explica a importância do projeto. 

“O biometano é um produto 100% renovável e ele é produzido a partir do biogás. O biogás é produzido através da decomposição de toda a matéria orgânica. Então você tem o biogás produzido a partir de lixo, a partir de resíduos de indústrias e também de resíduos do agronegócio, como resíduos de pecuária, suinocultura, avicultura”, explica. 

O Paraná é o segundo estado com maior produção nacional de carne de porco. Esse é um dos motivos que levou o grupo a escolher a suinocultura para este projeto inicial. 


“São dejetos de suinocultura que vão ser acumulados em um biodigestor e este biodigestor produzirá o biogás. A partir desta produção de biogás, nós refinamos este biogás separando os gases existentes e vamos chegar ao biometano, que é o gás natural renovável. Ele é igual ao gás natural fóssil de poço de petróleo. Então, a nossa proposta é pegar um produto que, na verdade, era um passivo para a agroindústria, um passivo porque ele emitia gases de efeito estufa, um passivo porque ele poderia contaminar o solo e vamos transformar num ativo ambiental”, explica Rejaile. 

A distribuição do gás natural fóssil no estado é por meio de um gasoduto, distribuído pela Compagás (Companhia Paranaense de Gás). Porém, este gasoduto passa a 450 km de Toledo. Jeferson explica que a planta vai adiantar a oferta de gás natural para a região oeste. 

“Está nos planos do estado do Paraná um Corredor Azul. É importante para o estado essa questão da emissão de gases de efeito estufa. Não só para o estado, mas para toda sociedade. Então, dentro dessa pauta, o governo do estado pretende fazer um Corredor Azul, que seria sair de Paranaguá até Foz do Iguaçu, com postos disponíveis. Para que esse trajeto fosse feito com gás natural. Nós estamos dando um primeiro passo para Corredor Azul”, afirma. 

O projeto Corredor Azul foi lançado em 2020 pela Compagas. A partir da planta de Toledo, será possível a distribuição de gás natural renovável para os postos de Toledo e Cascavel no oeste do Paraná.

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