Agronegócio
Marialva é referência na produção de uvas no Paraná

Marialva é referência na produção de uvas no Paraná

Somente em Marialva são colhidas 17 mil toneladas por ano, cujas principais variedades são Brasil, Benitaka, Niágara, Rubi Vitória e Itália.

Rafael Nascimento - segunda-feira, 2 de outubro de 2023 - 10:55

A cidade de Marialva, no Noroeste do Estado, é referência na produção de uvas no Paraná. O município foi responsável por 10,5% de toda a produção estadual da fruta em 2021, segundo os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O Paraná é o sexto maior produtor nacional da fruta e movimentou R$ 223,2 milhões com o produto ao longo de 2021. No ano, ainda conforme o IBGE, o Estado produziu 46 mil toneladas de uvas em uma área de 3.579 hectares, com um rendimento médio de 12.858 cachos por hectare.

Somente em Marialva são colhidas 17 mil toneladas por ano, cujas principais variedades são Brasil, Benitaka, Niágara, Rubi Vitória e Itália.

Selo de Indicação Geográfica

A cidade é conhecida como a Capital da Uva Fina do Paraná e viu a produção ser impulsionada a partir de 2017, quando obteve o selo de Indicação Geográfica (IG), conferido a produtos cultivados em regiões específicas e com características diferenciadas.

A combinação das condições ambientais na região, o nível tecnológico adotado e a diferenciação da qualidade das uvas finas de mesa produzidas foram determinantes para o reconhecimento dos produtos marialvenses. A chancela é concedida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). 

A conquista do reconhecimento foi bem recebida pelos produtores, que passaram a ter mais informações para potencializar a produção

“Eles fizeram cursos, foram treinados, receberam com alegria. É um reconhecimento à história da uva de Marialva. Temos 20 produtores que fazem parte da Indicação Geográfica. As uvas dentro do padrão são seladas e vão para a frutaria, mercados gourmets ou diretamente para o consumidor. Estamos trabalhando para que isso melhore mais ainda”, destaca o presidente da Anfrut (Associação Norte Noroeste Paranaense dos Fruticultores), Nelson Ricieri.

Entre as regras de produção a serem seguidas, estão o correto armazenamento, aplicação controlada dos defensivos agrícolas, descarte correto de embalagens, uso de equipamentos de proteção individual, além de ausência de mão de obra infantil e de pessoas em regime semelhante à escravidão.

Foto: Ari Dias/AEN

No caso da própria uva, as bagas devem ser uniformes e ter aparência opaca, não podem possuir nenhum tipo de resíduo de defensivos ou cores diferentes da característica da fruta.

“Um técnico verifica cacho por cacho a uniformidade das bagas, o brix (que é o nível de açúcar da fruta), tudo. Se a uva está dentro dos padrões de qualidade, ela é reconhecida pela Indicação Geográfica. Também tem que ter o caderno de campo e anotar tudo o que se aplica nas parreiras: fungicida, data, dosagem e dia que colocou chapéu chinês, que é a cobertura plástica para proteção dos cachos contra a chuva. O reconhecimento trouxe um complemento para a renda do pequeno produtor. Nosso trabalho é fazer com que esse produtor seja mais bem remunerado pela qualidade da uva”, completa Ricieri.

Uma das iniciativas que também contribuiu para o reconhecimento da Indicação Geográfica foi o Caminho da Uva, uma rota turística que passa por vinícolas, lavouras de uva e até por um observatório astronômico em Marialva. As visitas são agendadas e cada propriedade rural estabelece um valor diferente para a programação. Um mapa virtual apresenta as 15 propriedades que integram a atração.

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