Agronegócio
Exportação do Paraná cresce 9% nos primeiros meses de 2023

Exportação do Paraná cresce 9% nos primeiros meses de 2023

No entanto, o estado pode enfrentar dificuldades a partir de março, com o bloqueio da BR-277, principal via de deslocamento em direção ao porto do estado

Ana Flavia Silva - quarta-feira, 8 de março de 2023 - 17:33

As exportações no Paraná aumentaram 9% nos meses de janeiro e fevereiro de 2023, em relação ao mesmo período do ano passado. Foram vendidos mais de US$ 3 bilhões nos dois meses, de acordo com um levantamento do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) a partir de dados do governo federal publicados nesta terça-feira (7). Dos cinco produtos mais exportados pelo Paraná, quatro tiveram aumento nas negociações.

CARNE DE FRANGO LIDERA AS EXPORTAÇÕES

Líder nas exportações paranaenses, a carne de frango in natura teve incremento de 21,1% no bimestre. O item subiu de US$ 478.009.022 no ano passado para US$ 578.740.823 no período em 2023. Sozinha, a proteína de frango representou 19,1% de todo o volume exportado pelo Estado em janeiro e fevereiro.

O farelo de soja segue como o segundo principal produto enviado ao Exterior, com aumento de 49% nas vendas. A commodity passou de US$ 174.753.576 movimentados no primeiro bimestre do ano passado para US$ 260.396.297 em 2023.

Em terceiro e quarto lugar estão as vendas de cereais e óleo de soja bruto, que tiveram o maior incremento. Com US$ 253.998.362 vendidos em janeiro e fevereiro de 2023, a exportação de cereais aumentou 225,6% em relação aos US$ 78.006.243 nos dois meses de 2022. Já a venda de óleo de soja bruto para fora teve variação ainda maior: 244,5%, passando de US$ 40.494.482 para US$ 139.489.835.

PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS

Entre os produtos industrializados, também houve quatro itens com aumentos expressivos nas exportações: automóveis, máquinas e aparelhos de terraplanagem e perfuração, veículos de carga e autopeças.

Segundo maior polo automotivo do Brasil, o Paraná exportou US$ 110.167.868 em veículos em janeiro e fevereiro, aumento de 79,5% em relação aos US$ 61.389.936 do mesmo período do ano passado.

As máquinas e aparelhos de terraplanagem e perfuração tiveram a melhor evolução nas exportações entre os produtos manufaturados nesse começo de ano. Em janeiro e fevereiro foram US$ 58.861.158 exportados, contra US$ 26.948.956 do período de 2022 – um aumento de 118,4%.

Já as exportações de veículos de cargas e de autopeças aumentaram 38,4% e 33,1%, respectivamente. A venda de veículos de cargas subiu de US$ 41.546.438 no primeiro bimestre de 2022 para US$ 57.489.248 em 2023. No caso das autopeças, as exportações passaram de US$ 32.616.280 para US$ 43.399.519 nesses dois meses de 2023.

DESTINOS

O Paraná exportou para 190 países em janeiro e fevereiro. O top 10 de maiores compradores do Estado no bimestre é composto por China, Estados Unidos, Argentina, Japão, México, Chile, Holanda, Colômbia, Índia e Paraguai.

A China segue isolada como maior importador do Paraná. O gigante asiático comprou US$ 311.690.368 em janeiro e fevereiro. Na segunda posição, os Estados Unidos compraram US$ 217.746.742 no período. Fechando o pódio dos três maiores compradores de produtos paranaenses vem a Argentina, com um volume negociado muito semelhante ao dos EUA: US$ 217.558.492.

Na quarta colocação vem o Japão. Só neste ano, a economia japonesa adquiriu o total de US$ 169.337.404, crescimento de 171,2%. A expectativa é aumentar esse índice, com as negociações que estão sendo feitas neste mês no país pela missão organizada pela Invest Paraná, agência de captação de negócios do Governo.

PROBLEMAS NO TRANSPORTE

Apesar dos bons resultados no início do ano, o Paraná pode enfrentar dificuldades a partir do mês de março para manter o transporte das exportações. A BR-277, principal via de deslocamento das cargas em direção ao porto do estado, está totalmente bloqueada por causa de problemas estruturais. O setor de transportes já calcula um prejuízo de R$ 100 milhões ao setor em relação ao bloqueio na altura do km 42, feito há cinco meses, por causa de um deslizamento de terra. Agora, sem previsão de liberação para rodovia, o setor já estuda entrar com medidas judiciais perante aos órgãos responsáveis pela gestão da rodovia.
 

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