Agronegócio
Chuvas prejudicam mais de 17% das plantações de trigo no Paraná
Foto: Gilson Abreu/AEN

Chuvas prejudicam mais de 17% das plantações de trigo no Paraná

Além do trigo, a cevada também perdeu em quantidade e qualidade

Francine Lopes - segunda-feira, 6 de novembro de 2023 - 14:30

Com o excesso  de chuva no estado do Paraná, em outubro de 2023, resultou na perda de diversas culturas agrícolas. De acordo com a FAEP/SENAR-PR mais de 17% das lavouras de trigo já perdeu o potencial produtivo.

O Paraná registrou o outubro mais chuvoso dos últimos 26 anos. Conforme o Simepar, só em Curitiba choveu 559,8 milímetros  no mês passado, enquanto a média é de 144 mm. Outros municípios paranaenses também registraram recordes de chuva no período, como Antonina, Guarapuava, Fazenda Rio Grande, Francisco Beltrão, Paranaguá, Pato Branco e União da Vitória.

Além do trigo a cevada também perdeu em quantidade e qualidade nas lavouras. “Cada semana que passa sem colheita com excesso de chuva, excesso de umidade vai se perdendo qualidade. Muita umidade nas lavouras, no grão e isso afeta diretamente culturas que dependem muito desse padrão de qualidade que é o caso da cevada e do trigo que está a campo”, explica a técnica do Departamento Técnico e Econômico (DTE) do Sistema FAEP/SENAR-PR, Ana Paula Kowalski. 


A situação mais crítica está na parte sul do estado. As colheitas de inverno  e as que estão em estágio inicial de plantio foram mais afetadas entre  Sudoeste, Centro Sul, Sudeste e região dos Campos Gerais do Paraná. Locais onde se planta o maior volume desses cultivos de inverno e também a região que vem recebendo os maiores volumes de chuva 

“É um conjunto de fatores. A gente já tem um ambiente propício para doenças que atingem as culturas, tradicionalmente, as máquinas também não conseguem entrar no campo para fazer colheita, tem excesso de umidade  do grão. Então você também não consegue colher porque o grão tem um padrão de umidade máximo para ser colhido, se não ele deteriora. A própria colheita acaba prejudicando as máquinas.  Não tem o que o produtor fazer,  só ver a lavoura perder qualidade e não tem alternativa” afirma Ana Paula. 

Há agora uma preocupação com a cultura do feijão, por ter um ciclo curto e ser muito sensível à variação do clima.  O panorama de chuva não é de melhora para esse setor. Há previsão de volumes menores, mas a umidade continua alta para os próximos meses. 

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