Copacol dobra a produção de alevinos com investimento em tecnologia
Cooperativa investiu R$ 60 milhões em uma nova estrutura na cidade de Quarto Centenário.
A Copacol dobrou a produção de alevinos com investimentos em tecnologia. A cooperativa, instalada no Oeste do Paraná e referência na produção de tilápias no Brasil, fez um aporte de R$ 60 milhões para a construção de uma nova estrutura na cidade de Quarto Centenário.
O investimento foi pautado pela sustentabilidade, inspirado em uma tecnologia israelense, no Oriente Médio, onde a água doce é extremamente escassa. O sistema visa o reaproveitamento de cada gota usada nos processos, por meio de um tratamento altamente eficiente com filtros, meios de sedimentação e clarificação, voltando aos tanques produtivos.
“Esse modelo é moderno e inovador: utiliza menores volumes de água e garante maior biosseguridade do processo. Temos esse compromisso ambiental em nosso valor. Vamos prosseguir com investimentos que garantam melhor qualidade de vida aos produtores, que tem uma atividade rentável e sustentável”, explica o diretor-presidente da Copacol, Valter Pitol.
A obra inaugurada neste mês em Quarto Centenário possui 22 mil metros quadrados. Conforme a cooperativa, os ciclos ocorrem dentro de estufas, com total controle produtivo, em uma área menor – quando comparada aos projetos tradicionais.
Além disso, as barreiras são mantidas com rigor de visitantes – e até mesmo dos colaboradores -, tanto na entrada, quanto na saída. O consumo de água é um dos mais baixos: 83 metros cúbicos, apenas 10% de volume em um sistema tradicional. A água é reutilizada, após passar por filtros, meios de sedimentação e clarificação, voltando aos tanques produtivos.
A Copacol aponta que com a operação da unidade de produção de alevinos se tornou autossuficiente no fornecimento aos produtores, com controle de 100% do banco genético.
Por ano serão 50 milhões de alevinos produzidos na nova estrutura. Ao todo, a cada safra, a cooperativa vai garantir uma produção de 100 milhões de alevinos – na soma com a produção da unidade em Nova Aurora.
Como funciona a produção de alevinos
A primeira etapa ocorre no acasalamento das tilápias/os ovos são coletados nas bocas das fêmeas e passam para a incubação artificial.
Dentro de sete dias ocorre a eclosão dos ovos: após o nascimento, as larvas se alimentam do saco vitelino até a formação completa do trato digestório. Quando esse processo termina naturalmente, elas são levadas para a primeira fase de crescimento, em sistema simbiótico (quando as bactérias boas entram em simbiose com o meio), com alimentação de ração farelada.
Após 15 dias elas são transferidas para a segunda fase de crescimento, em sistema de recirculação de água, até atingirem o peso para despesca, e serem enviados para as propriedades dos cooperadores.
“A nova UPA surgiu com a premissa da biosseguirdade, com conceito de inovação, gerando alta capacidade de suprimentos no processo produtivo. A obra envolve o cuidado desde quem entra na estrutura, com barreiras sanitárias, e controle de cada processo. Isso resulta em melhor performance ao produtor e a segurança de matéria-prima, mesmo com os desafios climáticos”, afirma Nestor Braun, gerente de Integração Peixes da Copacol.
A Copacol foi a primeira do Brasil a implantar a piscicultura no modelo integrado: 286 famílias cooperadas mantém tanques de engorda na propriedade, recebendo alevino, ração e toda operação logística de despesca por parte da cooperativa. O volume de tilápias processadas ao dia pela Copacol é o maior da América Latina: 190 mil peixes transformados em postas e filés, comercializados no Brasil e no mundo, como Estados Unidos e Japão, além do Oriente Médio.
