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Grammy 2023 consagra Beyoncé, e premia Adele e Harry Styles

Grammy 2023 consagra Beyoncé, e premia Adele e Harry Styles

Premiação coroou Beyoncé como a artista com mais estatuetas da história do evento e deixou Anitta, indicada a artista revelação, de fora da lista de premiados.


Folhapress - segunda-feira, 6 de fevereiro de 2023 - 08:59

O Grammy, principal prêmio da música mundial, chegou à 65ª edição na noite deste domingo (5), com uma festa cheia em Los Angeles, nos Estados Unidos, que coroou Beyoncé como a artista com mais estatuetas da história do evento e deixou Anitta, indicada a artista revelação, de fora da lista de premiados.

A americana estava a quatro prêmios de superar a marca de artista com maior quantidade de estatuetas da história do Grammy, detida até então pelo maestro George Solti, que ganhou 31 prêmios em vida.

Assim foi feito, e ainda antes do fim da premiação a cantora já havia sido premiada nas categorias gravação dance/eletrônica, com “Break My Soul”, melhor performance de R&B tradicional, por “Plastic Off the Sofa”, melhor música de R&B, por “Cuff It”, e melhor álbum de dance/eletrônica, por “Renaissance”.

Beyoncé agradeceu o último deles com a voz embargada. “Estou tentando não ficar emocionada, e só receber isso. Quero agradecer a Deus e ao meu tio Jonny, que não está mais aqui. Quero agradecer meus pais por me incentivarem, meu marido, minhas lindas crianças, e à comunidade queer por inventarem este gênero”, disse.

O recorde é simbólico para a cantora, e não só pelo marco. Beyoncé tem um histórico de ser esnobada pela premiação -ganhou uma única estatueta nas quatro categorias principais, por exemplo, com “Single Ladies (Put A Ring On It)” eleita como música do ano em 2010, e perdeu para Adele em 2017 com o elogiado “Lemonade”, considerado sua obra-prima.

A noite de Beyoncé começou com o show do porto-riquenho Bad Bunny, o artista mais ouvido do mundo nos últimos dois anos. Em uma premiação conhecida pelo olhar americanizado, mas que tem acenado a nomes latinos, Bad Bunny fez a americana Taylor Swift dançar com músicas como “Después de la Playa”. No final, berrou “viva a música latina” para a plateia.

Ele depois ganharia o prêmio de melhor álbum de música latina por “Un Verano Sin Ti” com um discurso feito majoritariamente em espanhol. “Isso faz eu me sentir agradecido. Fiz esse álbum com amor, paixão, e nada mais, e quando você faz as coisas assim a vida fica mais fácil. Obrigada a todos os latinos do mundo”, disse.

A noite correu sem grandes surpresas -com exceção do prêmio de música do ano para Bonnie Raitt- com artistas que dominaram paradas, serviços de streaming e TikToks mundo afora sendo coroados. O primeiro deles foi Harry Styles, que levou o primeiro prêmio da noite -de melhor álbum pop vocal, por “Harry’s House”. “Foi a melhor experiência da minha vida”, disse no palco.

O cantor depois apresentou o principal single do disco, “As It Was”, música com a qual disputava três estatuetas na noite. Foi uma apresentação morna, ao contrário de outras escaladas para a noite.

Stevie Wonder e Smokey Robinson, por exemplo, animaram a plateia de celebridades com músicas como “Higher Ground”, numa performance que homenageou a Motown, gravadora que ajudou a pavimentar a black music nos anos 1960. Lizzo exalou autoestima ao cantar “Special”, uma das faixas do seu disco homônimo indicado à categoria de álbum do ano. Foi uma performance elegante, marcada por seu vozeirão.

Outro destaque foi a apresentação de “Unholy”, de Sam Smith e Kim Petras, que mais cedo haviam levado a estatueta de melhor performance pop solo ou grupo pela canção –a primeira dada nesta categoria a uma pessoa trans, Petras apontou. Quem introduziu os artistas foi Madonna, a quem Petras agradeceu pelo apoio à comunidade LGBTQIA

“Preparados para controvérsia? A todos os perturbadores, a coragem de vocês não passa despercebida. Vocês estão sendo ouvidos, vocês são apreciados”, disse Madonna. Smith cantou vestido de diabo, enquanto Petras dançava numa gaiola sob uma forte luz vermelha.

Outra vitória celebrada foi a de Kendrick Lamar, cujo elogiado “Mr. Morale & the Big Steppers” foi eleito álbum de rap do ano. “Acho que eu atingi algo próximo à perfeição com este álbum”. O rapper foi indicado a oito categorias neste ano.

Os brasileiros, no entanto, já haviam aparecido no evento. Na cerimônia prévia, o grupo de MPB Boca Livre ganhou o prêmio de melhor álbum de pop latino, com “Pasieros”, em que toca ao lado do panamenho Rubén Bladés. E Gal Costa e Erasmo Carlos, dois dos artistas mais celebrados da música brasileira, tiveram suas fotos estampadas na homenagem a pessoas da indústria musical que morreram no último ano.

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