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Dengue: sintomas são agravados a cada nova infecção
Fiocruz/Vinicius Marinho Scaled

Dengue: sintomas são agravados a cada nova infecção

O Paraná acumula 45.930 casos confirmados da doença, desde agosto de 2023

Mirian Villa - quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024 - 12:30

A cada reinfecção de dengue, o paciente pode desenvolver sintomas mais graves, com possibilidade de complicações que necessitam internamento. A dengue é uma doença viral transmitida pelo mosquito Aedes aegypti e possui quatro sorotipos diferentes.

Por isso, o contágio não garante a imunização para todos os tipos da doença. Por exemplo, quem foi infectado pelo tipo 2, está imune contra este vírus, mas ainda é suscetível aos outros três. O organismo produz anticorpos contra o invasor, mas a resposta imune não é capaz de neutralizar um novo tipo de vírus.

“Uma primeira infecção por um desses quatro vírus não confere imunidade pro resto da vida. E há possibilidade de você ser infectado por outro tipo de vírus dengue. Por isso, quem já teve dengue não pode relaxar nos cuidados porque pode se infectar novamente”, a infectologista da Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba, Marion Burger.

Em caso de reinfecção, as dores musculares, de cabeça, nos olhos e abdominais, além das manchas vermelhas no corpo, são intensificadas. A infectologista fala que os sintomas mais graves a cada infecção é uma particularidade da dengue.

“O fato da pessoa já ter uma imunidade parcial contra um vírus da família, faz com que ao ser infectado por um novo vírus o sistema imune reage de uma forma mais exacerbada e faz com que a doença possa ter mais complicações do que na primeira infecção”, argumenta.

O infectologista Bernardo Almeida detalha que é possível que um mesmo indivíduo contraia os quatro tipos de dengue, criando imunidade permanente, mas casos como esses são raros. “Não basta uma infecção para criar imunidade permanente para dengue, são necessárias quatro infecções. Claro que a imunidade pode ser adquirida por meio da vacinação. Via de regra, uma infecção única não gera imunidade permanente”, reforçou.

É possível adquirir a imunidade por meio da vacinação e, em algumas regiões do País, ela já foi iniciada. Mas de acordo com os critérios do Ministério da Saúde, Curitiba não faz parte dos municípios que irão receber a vacina. A cidade está em alerta, mas ainda distante da emergência.

Para evitar a proliferação do mosquito transmissor da dengue é preciso que a população verifique se não há água acumulada nas lajes, se as caixas d’água estão bem vedadas, limpar bordas de vasilhas de água e comida de animais, além de descartar lixos e entulhos em locais adequados.

Desde o início do atual ciclo epidemiológico, em agosto de 2023, o Paraná acumula 45.930 casos confirmados da doença.

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