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Covid-19: em “momento de guerra”, SMS defende lockdown e pede conscientização

Covid-19: em “momento de guerra”, SMS defende lockdown e pede conscientização

Após acionar a bandeira vermelha pela primeira vez em um ano de pandemia, a SMS (Secretaria Municipal da Saúde) detalhou..

Angelo Sfair - sábado, 13 de março de 2021 - 13:23

Após acionar a bandeira vermelha pela primeira vez em um ano de pandemia, a SMS (Secretaria Municipal da Saúde) detalhou hoje (13) as razões que levaram ao lockdown e apelou à população para que todos compreendam a necessidade das restrições.

De acordo com a pasta, o sistema de saúde opera no limite e, a qualquer momento, não será possível oferecer atendimento adequado àqueles que demandam assistência hospitalar para se recuperar da covid-19.

É um momento de guerra que exige o esforço de todos nós. A solução que pode trazer resultados mais rápidos é evitar a transmissão do coronavírus”, afirmou a superintendente Executiva da SMS, Beatriz Battistella Nadas.

Ela foi taxativa ao afirmar que não existe solução para a crise sanitária sem que haja uma mudança de comportamento. “O equilíbrio do sistema de saúde depende, hoje, da interrupção da cadeia de transmissão”.

Em coletiva de imprensa, neste sábado (13), a Secretaria Municipal da Saúde confirmou o receio de que faltem leitos, medicamentos ou insumos para tratar pacientes com covid-19, a exemplo do que foi visto em Manaus ou em outros países, como a Itália.

LOCKDOWN: VELOCIDADE DE RESPOSTA

Segundo a superintendente de Gestão da SMS, Flávia Quadros, o lockdown se fez necessário para evitar o colapso total. “A velocidade em que nós conseguimos nos reorganizar é menor do que a velocidade de propagação do vírus”, disse ela.

Diferentemente do que se observava semanas atrás, as novas contaminações pressionam o sistema de saúde de forma quase imediata. De acordo com a SMS, já não existe um intervalo de tempo para a resposta, e por isso se justifica a urgência do lockdown.

A situação afeta igualmente o sistema público e privado de saúde. A situação é caótica nos hospitais filantrópicos, fundamentais para a saúde pública, uma vez que respondem por 50% dos atendimentos do SUS (Sistema Único de Saúde).

Não estamos conseguindo dar vazão aos pacientes que precisam de atendimento”, reconheceu Flaviano Venturim, presidente da FEMIPA (Federação das Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Beneficentes do Estado do Paraná).

PACIENTES JOVENS E NOVA CEPA

Dois fatores novamente foram apontados como possíveis causadores do agravamento da pandemia em Curitiba: a predominância das variantes mais transmissíveis do coronavírus e o acometimento da doença em pacientes mais jovens.

“Mudou radicalmente o que vínhamos observando até algumas semanas atrás”, apontou Batistella. “Antes, a população mais jovem, de 20 a 60 anos, não demandava grandes esforços do sistema de saúde”.

A mudança de perfil dos infectados também ocasiona uma rotatividade mais lenta dos leitos de UTI. Enquanto os pacientes idosos que desenvolvem a forma grave da covid-19 tendem a morrer em poucos dias, os mais jovens resistem por mais tempo.

É algo estranho de se falar, mas é uma realidade. Estamos com dificuldades para girar as UTIs e receber novos pacientes”, reconheceu Venturim.

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