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Conheça os tipos de dengue que circulam no Paraná
Fiocruz/Rodrigo Mexas e Raquel Portugal

Conheça os tipos de dengue que circulam no Paraná

O Estado acumula 58 mil casos e 23 mortes

Mirian Villa - quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024 - 08:12

A dengue apresenta alta capacidade de mutação, por isso as modificações tornam o o vírus mais competente e adaptado. Diferente de outras arboviroses, que causam doenças como zika e febre amarela, a dengue apresenta quatro sorotipos: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. Cada um deles apresenta diferentes variações genéticas.

O tipo 1, segundo a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), é o que mais afeta a população brasileira e é o mais transmissível, entretanto, gera sintomas mais leves da dengue. O tipo 2 foi o responsável pelas epidemias de dengue no Brasil em 2007, 2008 e 2009. A infecção por essa linhagem do vírus pode levar a complicações graves de saúde.

Conforme os pesquisadores, o DEN-3 é o responsável por causar formas mais graves da doença, seguido pelo DEN-2, DEN-4 e DEN-1. No Paraná, o sorotipo de dengue que mais circula é o tipo 1, com 89,09%. Na sequência aparece o tipo 2, com 7,09%, e o tipo 3, com 3,82%. O Estado acumula, desde o início do período epidemiológico, 58.567 casos e 23 mortes.

Nesse sentido, o sequenciamento genômico e a vigilância ativa, realizados por redes laboratoriais, são cruciais para identificar novos vírus e potenciais marcadores de gravidade. “Por essa complexidade é que levamos algumas décadas para desenvolver esse imunizante que será oferecido pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Como todos os vírus que possuem o material genético composto por uma molécula de RNA polaridade positiva, o vírus da dengue apresenta alta capacidade de mutação devido à ausência de mecanismos que permitem ‘consertar erros’ durante a replicação do RNA viral”, afirma a pesquisadora da Fiocruz Paraná, Claudia Nunes Duarte dos Santos.

O Brasil é o primeiro país do mundo a oferecer a vacinação contra dengue no sistema público de saúde. Trata-se de um imunizante indicado para a prevenção de infecção por qualquer sorotipo do vírus. Embora exista a vacina contra a doença, o controle do vetor Aedes aegypti é o principal método para a prevenção e controle.

O que é a dengue?

A dengue é uma doença febril aguda e sistêmica, conforme a Fiocruz. O sinal mais comum da doença é febre entre 39° e 40° e de início rápido, seguida de dor de cabeça ou nos olhos, cansaço ou dores musculares e ósseas. Além disso, também provoca falta de apetite, náuseas, tonteiras, vômitos e erupções na pele. A doença tem duração média de 5 a 7 dias, podendo chegar a 10 dias.

Na forma mais grave, conhecida por dengue hemorrágica, o paciente tem os mesmos sintomas da dengue clássica. Porém, há um agravamento do quadro entre o terceiro e o sétimo dia. Os sinais são caracterizados por: dor na barriga intensa e contínua; vômitos persistentes; acúmulo de líquidos em cavidades corporais; letargia e/ou irritabilidade; aumento do tamanho do fígado; e sangramento de mucosa.

A dengue hemorrágica não tem relação com a baixa imunidade da pessoa e atinge todas as faixas etárias. No entanto, indivíduos com hipertensão arterial, diabetes, asma crônica, além de mulheres grávidas e lactantes, e crianças até 2 anos e pessoas com mais de 65 anos, têm maiores riscos de desenvolver complicações.

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